Andando de taxi por Copacabana hoje pude constatar uma triste realidade: o bairro está tomado por marginais. Nem adianta dizer que sempre foi assim, pois a coisa está em outro nível. Dá para perceber o clima tenso, carros de polícia passando, gangues andando pelas ruas sem a menor preocupação. Não temem mais nada. Moradores de rua também se espalharam pelas esquinas e praças.
O pior disso tudo é que não vejo perspectiva nenhuma de melhora. Acho que caminhamos para um desastre. Não algo isolado, como tantos casos que já aconteceram no Rio, de vítimas individuais. Dessa fez tenho a sensação que será diferente. Sinto uma tragédia de alguma proporção se aproximando na cidade e muitos amigos que ficam até ofendidos quando se fala mal do Rio estão quietos agora, concordando tristemente com um diagnóstico que sempre relutaram em aceitar.
Um amigo disse outro dia: o Rio de Janeiro é ruim, mas é bom. Acho que essa mentalidade tem que mudar. É muito conformismo. Não adianta falar de Belo Horizonte, São Paulo, Nova Iorque, Chicago. A coisa aqui tem outra dimensão, que ultrapassa estatísticas. Enquanto não se aceitar a verdade, por mais dolorida que seja, não teremos nenhuma chance.
O Rio de Janeiro é uma grande massa humana, pintada com manchas de sangue.