Olhando para a cena nos jardins da Casa Branca, os americanos deveriam estar começando a se indagar onde erraram. Este encontro de “cavalheiros” entre um constrangido policial e um feliz ativista negro só está acontecendo porque, para a felicidade do primeiro, o ato de prisão foi acompanhando por um policial latino e outro negro. Mais ainda, Crowley tem ficha limpa e ministra cursos antiracismo. Imaginem o que aconteceria se os dois policiais que o acompanharam na noite da tentativa de arrombamento da própria casa, efetuada por Gates, fossem brancos? Se Crowley tivesse algum atoem seu passado que indicasse vagamente tendências racistas? A máquina de triturar dos liberais americanos teriam feito o policial de picadinho e ele sabe muito bem disso.
Gates tem motivos para estar sorrindo. Graças a sua cor e à proximidade do presidente, vai escapar do processo por desacato à autoridade. No país de fadas dos democratas, as verdadeiras vítimas são as que são acusadas de agressão e vice-versa. Como desta vez não deu para demonizar a vítima real, trataram de resolver tudo com um chopp, no melhor estilo de outro presidente do mesmo continente.