No bom estilo Reinaldo Azevedo, um vermelho e azul com uma reportagem da Folha:
A visita do chanceler de Israel, Avigdor Liberman, a Brasília escancarou ontem as divergências diplomáticas que opõem os governos israelense e brasileiro, evidenciando os limites do diálogo entre países com agendas tão opostas.
Divergência diplomática é a forma delicada de dizer que o Brasil só se interessa por ditadores. Como Israel é uma democracia…
Liberman encerrou a primeira e mais importante etapa de seu giro sul-americano -que o levará ainda a Argentina, Peru e Colômbia- sem conseguir a almejada aproximação política com o Brasil, que Israel vê como país-chave para tentar frear a atuação do Irã na região.
Santa inocência Liberman! Acreditar que o Brasil pode fazer alguma coisa para frear o Irã quando está mais preocupado em agradar o maníaco que dirige o país.
A intensificação das relações entre Irã e América do Sul dominou a pauta dos encontros de Liberman com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o chanceler Celso Amorim.
O israelense disse que “o Brasil, mais do que qualquer outro país”, pode ajudar a pôr fim ao programa nuclear iraniano, que Israel, mesmo como única potência atômica do Oriente Médio, vê como ameaça existencial. Teerã diz que quer produzir energia, não bombas.
O que um país montado em petróleo quer fazer com energia nuclear?
Em entrevista ao lado de Liberman, Amorim respondeu com uma alfinetada, dizendo que o Brasil assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e “gostaria que todos os países fizessem o mesmo”. Israel não é signatário do acordo.
Ainda bem. Se Israel não tivesse a bomba, seria um prato cheio para seus inimigos. Em tempo: apesar de ter armas nucleares, o governo Israelense jamais cogitou usá-las contra seus vizinhos. Pode-se dizer o mesmo de um Irã nuclear que tem como objetivo permanente riscar Israel do mapa?
A delegação israelense também não gostou de ouvir Lula e Amorim reafirmarem planos de receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que nega o Holocausto e defende que Israel seja riscado do mapa.
Como se vê, Ahmadinejada é uma flor de pessoa. Só quer que Israel seja dizimado. É pedir demais?
O iraniano planeja fazer a Brasília a sua primeira viagem após a posse para o segundo mandato, no mês que vem -antes, portanto, do presidente israelense, Shimon Peres, que tem viagem ao Brasil marcada para novembro. “O Brasil tem uma política de diálogo. Você não dialoga só com os países com os quais você está de acordo sobre tudo, senão não há conversa”, disse Amorim.
A frase de Amorim não se refere ao Irã e sim a Israel. O país que está em desacordo com o Brasil é a única democracia de fato do Oriente Médio, o que mostra, mais uma vez, a verdadeira natureza do PT.