Celso Amorim já começou o processo. Disse ontem que a decisão venezuelana é um exemplo de democracia, de respeito à decisão popular. Claro que não fala que o apoio se resumiu a pouco mais de um terço dos eleitores. O que aconteceu domingo é uma ampliação de reuniões sindicais em que uma reunião com minoria aprova uma resolução qualquer. Os imbecis argumentam que se o povo não queria, bastava comparecer e votar contra.
Como se um trabalhador pudesse comparecer a uma renião de sindicato e expor livremente uma crítica! Acham que a perseguição política que acontece na venezuela com expulsão de jornalistas, fechamento de emissoras de tv, a perseguição a funcionários públicos que não façam campanhas chavistas não impedem o eleitor de dizer “não”.
Nada disso é anti-democrático para Celso Amorim e o governo do PT. Lembrou novamente da ex-primeiro ministra inglesa para defender o fim da re-eleição. O que Amorim esquece de dizer é que um primeiro ministro tem um contrato de risco, pode ficar 10 anos no cargo ou pode ficar alguns meses, e mesmo assim é chefe do governo, não chefe de estado. É bom lembrar que o brasileiro rejeitou o parlamentarismo todas as vezes que foi consultado. Não gosta que limitem o poder de seus monarcas.
Podem anotar: o plebiscito chavista é apenas o início. A liberdade ainda vai sofrer muito na América Latina.