É claro que colocar soldados do exército convivendo com o crime organizado uma hora ia dar no que deu, uma verdadeira tragédia anunciada. A tendência é acirrar cada vez mais os ânimos e não será nenhuma surpresa se acontecerem mais mortes, principalmente se começar uma política de retaliação.
Não vou discutir aqui se o Exército deve subir o morro para combater o tráfico ou não, o problema é outro. O que faz o exército lá? Obras do PAC? Uma coisa é o Exército trabalhar na duplicação da BR-101, utilizando tecnologia de ponta, uma obra de grande envergadura, executando as mesmas missões que faria em uma guerra. Outra, bem diferente, é fazer casas populares dentro de uma favela em convivência pacífica com a bandidagem.
Não vejo como acontecer esta convivência sem a promiscuidade. Se apenas o Exército teria condições para realizar estas obras, que primeiro expulsassem os traficantes de lá. Mas não pode, né? Existem muitos interesses políticos envolvidos, não é difícil imaginar as conexões entre a bandidagem e as forças políticas do Rio de Janeiro.
No fim, este arranjo absurdo onde o Exército sobe o morro e fecha os olhos para o que acontece ao seu redor.
Agora a confusão está armada.