O governo conseguiu re-editar a CPMF com um novo nome, a tal CSS. A vitória na câmara, no entanto, deixou de ser considerada como uma verdadeira vitória, a margem foi muito pequena, apenas dois votos. Lembrando que a prorrogação da CPMF, a original, passou com folgas entre os deputados, fica muito difícil aprová-la no Senado. Isso quer dizer que o governo perdeu?
Não necessariamente. O governo entrou nesta briga apostando em todos os resultados possíveis. Aprovando o Frankstein, conseguiria mais dinheiro para seu caixa. Reprovando o novo imposto, joga no colo da oposição, com colaboração da imprensa, a fama de jogar contra a Saúde.
Digo com colaboração da imprensa porque esta se contenta em ficar registrando o discurso dos governistas, entre eles o próprio presidente, que a oposição derrubou a CPMF e, portanto, é contra recursos para saúde. O que a imprensa não diz é que o governo tinha votos de sobra para aprová-la, não o fez porque não conseguiu mobilizar sua base política. Sempre esteve nas mãos da base aliada a aprovação ou não da CPMF.
Se for aprovado o imposto no Senado, sempre é possível com o controle do caixa, ainda restará o STF. Aí o buraco é bem mais embaixo pois o imposto é claramente anti-constitucional.
Em resumo, o governo apostou na boa. Qualquer que seja o resultado, sai ganhando. À oposição resta bater na tecla que o governo já tem recurso suficiente, não faz mais porque não quer.