Um discurso, dois Obamas

Folha:

Em seu primeiro discurso totalmente dedicado à América Latina, o senador Barack Obama adotou tom cauteloso, de meio do caminho entre a atual política norte-americanas e as mudanças mais radicais que vinha prometendo na campanha. O pré-candidato democrata à sucessão de George W. Bush disse que, se eleito em novembro, manterá o embargo econômico a Cuba, apoiará invasões da Colômbia na luta contra as Farc e adotará postura crítica em relação a Hugo Chávez.
Em contrapartida, acenou com a possibilidade de se encontrar com o líder cubano Raúl Castro, disse que permitirá mais viagens e envio de dinheiro à ilha e criticou a falta de diálogo do atual governo com o presidente venezuelano. Num dos pontos mais polêmicos do que chamou de “Nova Parceria para as Américas”, o democrata tomou o mesmo lado de Bush na ação recente mais controversa a ter lugar na região.

Comento:

Em dois parágrafos temos dois Husseim Obama.

Disse que apóia a ação colombiana contra o narcotráfico, mais ainda, que estão certos em perseguir os terroristas dentro dos países vizinhos. Coloca-se, portanto, em acordo com a política do malvado George Bush para a região.

Só que no parágrafo seguinte critica o presidente americano pela falta de diálogo com a Venezuela. Como é que é? Que eu me lembre, entre outras coisas, Hugo Chávez chamou Bush de Satã dentro do território americano. Um é presidente de um país democrático, outro de uma quase ditadura. Quem é o intransigente? Um apóia um país democrático no combate a um flagelo que é o misto de guerrilha, tráfico e terrorismo, outro o protege e ainda financia. Como estabelecer um diálogo nestas condições?

Quanto à Cuba, entendi menos ainda. Vai manter o embargo e enviar mais dinheiro à ilha. Parecem duas coisas contraditória, ou não?

Qual Obama Husseim assumiria a presidência caso eleito? A resposta só o tempo dirá, ou não.

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