Novo presidente do STF

Em se tratando de cúpula dos três poderes, o judiciário realmente dá um banho nos outros dois. O Brasil só não está pior por causa de sua suprema corte, que mesmo com seus problemas e vaidades, ainda é bastante superior ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. Pelo menos lá ainda existe o pudor, coisa que se perdeu no executivo e legislativo quase que completamente.

Na posse de Gilmar Mendes este não se sentiu constrangido pela presença do atual presidente e foi bastante claro em suas palavras:

Qualquer obstáculo erguido em oposição ao poder-dever de legislar, de que é exemplo o já desgastado modelo de edição de medidas provisórias, afeta a construção de um processo democrático livre e dinâmico. É necessário que se encontre um modelo de aplicação das medidas provisórias que possibilite o uso racional desse instrumento, viabilizando, assim, tanto a condução ágil e eficiente dos governos quanto a atuação independente dos legisladores – disse Gilmar.

Algo está errado em um país onde o legislativo passa o ano inteiro brigando para aprovar medidas provisórios e projetos de lei do executivo. Algo está errado em uma país onde o Congresso se deixou prostituir pelo governo. No vazio que se forma pela ineficiência do legislativo, o Supremo tem que se desdobrar para garantir que a constituição, mesmo esta porcaria que temos, continue de pé. Por pior que seja é melhor ter uma do que nenhuma.

Ainda mais quando existe um governo para quem a lei é sempre um obstáculo.

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