O Globo:
O advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, rebateu ontem declarações de oficiais militares que são contra a demarcação em faixa contínua da Reserva Raposa Serra do Sol. A reação do ministro tem como alvo o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, que, semana passada, contestou decreto do governo que homologou a reserva numa terra única de 1,7 milhão de hectares. Pela primeira vez uma autoridade do governo reage em tom mais duro às posições militares.
— Quem fala em nome do governo é a Advocacia Geral da União (AGU). As declarações de membros das Forças Armadas não correspondem à posição do governo. E o governo do presidente Lula defende a demarcação contínua — disse Toffoli.
A declaração do ministro foi feita em reunião com líderes indígenas de Roraima, que viajaram a Brasília para cobrar a retirada de arrozeiros da reserva. Toffoli rebateu dos militares de que a demarcação contínua ameaça a defesa nacional. Para o ministro, a presença dos índios é a garantia de que as fronteiras estão protegidas.
Fica bem claro qual é a posição do governo no caso, não?
É claro que os militares não falam em nome do governo, e não devem falar mesmo. Falam em nome… dos militares! Justamente aqueles que fazem da soberania nacional a razão de ser de sua profissão. Soberania esta que é antes de tudo uma assunto do Estado e da nação.
Que o governo não escute os militares em assunto de segurança nacional e soberania é um grande problema. Está colocando de lado justamente os especialistas na área.
A defesa de Toffoli, que os índios são a melhor proteção para as fronteiras é absurda, ainda mais aliada à declaração de direito dos povos indígenas. Os agricultores reivindicam apenas 1,7% das terras demarcadas. Qual o problema de atendê-los? Por que é necessária aquela imensidão de terra para os indígenas? Nem na época do descobrimento havia uma relação tão absurda de hectare por índio.
Qual a verdadeira intenção deste governo?