Estamos em março, abril vem aí. Época em que o leão apresenta suas garras. É doloroso saber que mesmo com a extorsiva tributação sobre o consumo ainda constatarei o quanto da minha renda foi tungada diretamente na fonte. A cada dia o espaço para manobra é menor e maior é a sonegação. Como não quero hipotecar minha honra para o estado faço tudo de acordo com a lei. Pelo menos me restará o consolo de não dar a este monstro a oportunidade de me reprimir no campo da moral.
O pior em saber que a carga de impostos chega a inacreditáveis 40 e poucos por cento do PIB é ver a destinação. O que não se perde na corrupção é perdido na extraordinária ineficiência da máquina burocrática estatal. Uma máquina baseada em estabilidade no emprego, pouco tempo de contribuição e aposentadoria generosa. É preciso sustentar os brasileiros que são mais iguais do que outros, na expressão de Orwel.
Triste sina do brasileiro. Impostos de Suécia, serviços de país africano.
Não por acaso a constituição de 88 completou 20 anos há pouco tempo; ela está na origem da cada vez maior carga tributária que avança como um câncer sobre tudo que produz (e não) no Brasil. Atribuiu ao estado o papel de salvador da pátria, com atribuições sobre tudo que se faz ou deixa de fazer no reino tupiniquim.
Pior é não ver saída, não ter esperanças. Triste.