Sobre a deportação de brasileiros

O blog Building Bridges trata da questão da deportação dos brasileiros na Espanha na semana que passou, embora deportação não seja exatamente o melhor termo. Leia aqui, em inglês.

Reproduzo o comentário que fiz no próprio post:

O caso não é realmente para uma análise simplista e a atitude do governo brasileiro de aplicar “reciprocidade” não ajuda em nada. Era um caso que o correto seria utilizar o corpo diplomático brasileiro e não partir para o “olho por olho”.

As relações entre as nações têm um pouco das relações individuais também. Existem exageros, até mesmo erros. Uma boa negociação não faz mal a ninguém, é o que faltou neste caso.

É fato que está havendo uma diáspora brasileira, o que deveria tomar mais atenção de nossas autoridades. Por que tantos brasileiros estão fugindo do país? Como evitar este fluxo? Claro, sem prendê-los aqui dentro!

O caso incitou o velho ufanismo brasileiro, um pouco incitado pela mídia e por alguns boçais do governo. É sempre uma oportunidade para o populismo mais rasteiro uma “humilhação” de brasileiros em um país do primeiro mundo. Veja que tem que ser do primeiro mundo, só aceitamos ser humilhados por nações do terceiro…

É fato também que muitos que se mudam para os países ibéricos vão sem a menor condições de se manter; a prostituição é uma das atividades mais visadas. Já tive oportunidade de sentar ao lado de uma paraense em um vôo Brasília-Belém. Ela estava vindo de “férias” pois morava em Lisboa. Quando perguntei o que fazia lá, ela deu uma risada e disse que não podia dizer ali, em público.

Um pensamento sobre “Sobre a deportação de brasileiros

  1. Renovei meu passaporte ano passado. Estava vencido há tempos. Na fila (!) da Polícia Federal, sim, porque hoje em dia existe fila para retirar passaporte (é o governo brasileiro combatendo a imigração ilegal…), conheci dois garotos com pouco mais de dezoito anos que pretendiam imigrar ilegalmente para os EUA. Quer dizer, na verdade apenas trabalhar para ganhar o máximo possível de dinheiro antes de ser pego e voltar ao Brasil mais rico. Um havia conseguido um emprego temporário num “resort” de inverno. Trabalharia até o término do contrato e depois permaneceria no país, pulando de emprego ilegal em emprego ilegal. O outro nem isso, pretendia ir às cegas mesmo. Também conheci uma descendente de imigrantes Japoneses que também às cegas buscaria emprego em alguma fábrica no Japão. Recomendo ao governo da Espanha, EUA ou Brasil infiltrar espiões nas filas de renovação de passaporte…

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