Sobre a pesquisa CENSUS

A última pesquisa CENSUS, divulgada hoje, mostra o que já se sabia. A popularidade de Lula é indiscutível, a maior desde 2003 e José Serra é o favorito para sucedê-lo.

Cada dia fica mais evidente que a natureza do discurso político no Brasil é eminentemente econômico. Entra eleição, sai eleição, tudo se resume a reduzir desigualdades, gerar empregos, diminuir os juros, etc. Não é surpresa portanto, que em um cenário de crescimento econômico razoável, o governo suba na avaliação, ainda mais com um presidente de evidente apego popular.

A oposição parece não perceber isso, e se afunda cada vez mais em seus próprios erros. Falta ao PSDB e DEM um projeto para o país que vá além da mesmice do discurso econômico. É preciso confrontar Lula em um cenário de estabilidade econômica, e não apostar, como o PT sempre fez, em uma crise econômica para conseguir espaço.

Falta a discussão de problemas crônicos dos quais a economia é apenas uma parte, como a saúde, a educação e a segurança pública. Em todos estas áreas o governo Lula é um desastre completo, mas estas questões passam a largo da discussão política no Brasil. Questões de valores então, é assunto proibido. Gostaria de saber o que pensam estes partidos sobre a questão do aborto por exemplo, ou da Universidade pública para ficar mais fácil. Gostaria de saber, por exemplo, se o partido acha justo que se retire recursos da sociedade para pagar uma universidade gratuita para quem anda de Corola. Ou se é justo que um trabalhador assalariado pague inteira no cinema enquanto que o mesmo universitário  do Corola paga meia para ver o último enlatado americano.

Gostaria de ver toda essa gente defendendo abertamente seus pontos de vista, como faz, por exemplo, Hilary Clinton ao defender seu projeto de saúde universal ou o direito de casamento entre homossexuais; ou John McCain ao defender o envio de mais tropas para o Iraque. Obama não vale; não vi nenhuma proposta concreta do “novo” político americano, este “só” quer um cheque em branco para mudanças.

Mas aí é preciso cidadania, né?

Esquece.

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