Estava tudo pronto. Chávez armou o circo, os companheiros do Foro estavam todos lá, inclusive a figura sinistra de Marco Aurélio Garcia. De quebra, a participação do presidente francês. Oliver Stone, com sua câmara, preparava-se pare reabilitar o presidente venezuelano após os fracassos do fim de 2007.
E o resultado: nada. O garoto Emmanuel, nascido no cativeiro, estava o tempo todo em um orfanato colombiano. As FARCs tentaram ganhar tempo, recuperá-lo, acusaram a interferência do governo colombiano, e por fim a farsa acabou.
Em uma última tentativa, já no desespero de argumentos, acusam o governo de Uribe de ter, acreditem, seqüestrado o menino para sabotar a operação. Como um governo constituído seqüestra um seqüestrado é algo incompreensível. Se assim fosse, seria o caso de libertar um refém.
A mídia brasileira, através de editoriais, procuram se eximir de qualquer responsabilidade por suas opiniões afirmando que este fracasso era inevitável, que as FARC nunca cumpriram um acordo. Não foi assim que noticiou nas últimas semanas. O tom favorável a missão Emmanuel era flagrante, e já estavam prontos para exaltar a “ação humanitária” e a “generosidade” dos guerrilheiros narco-traficantes. E, é claro, crucificar Uribe como o grande perdedor da estória toda.
Infelizmente as FARC continuam mantendo cerca de 50 reféns, a anos, como forma de pressionar um governo legítimo, como praticamente todos da Colômbia ao longo de sua história, fato raro neste continente. Que este grupo, por sua pregação marxista, continuem atraindo simpatia de intelectuais e grande parte da mídia brasileira e mais do que inacreditável, é uma patologia.