Sou de opinião que o estado só deveria gerenciar atividades essenciais, que não podem ser delegadas à sociedade. Poderia também participar onde não houvesse o interesse particular, o que nos dias de hoje é cada vez mais raro. O fato é que a essencialidade da função do estado não é compatível com a greve geral conduzida pelo sindicato dos trabalhadores dos Correios.
Infelizmente falta regulamentação das greves no setor público, que na minha opinião deveriam ser proibidas. Os sindicatos aproveitam para pressionar o governo com evidente prejuízo para a população. Não houve a menor preocupação dos grevistas em garantir um mínimo de serviços.
Segundo o Informe Econômico do JB a greve foi a senha para o governo colocar adiante o projeto de privatização do setor. A volúpia estatizante deste mesmo governo me faz duvidar desta intenção. A defesa do estado diante das privatizações foi importante nas últimas eleições, e o movimento pela re-estatização da Vale mostra que é uma estratégia para 2010.
Mas se acontecer do governo me surpreender nesta questão não ficarei decepcionado. Não vejo um único motivo para ser contra. Os correios já não operam com a mesma eficiência de outrora, estiveram no epicentro do mensalão, gastam uma fábula em propaganda mesmo sem ter concorrente e ainda apresenta um serviço caro. Só temos a ganhar com a privatização. Não dá nem para alegar que estaríamos “perdendo” nossos recursos naturais. Afinal o serviço não produz nada, apenas transporta.