A “absolvição” de Renan Calheiros causou muitas reações na sociedade. Muitos a encararam como uma derrota da mídia, bem ao estilo do pensamento do militante petista. Afinal a mídia é o verdadeiro inimigo; o senador foi perseguido pela imprensa. Como se a incapacidade do mesmo em se defender não tivesse importância. Grande parte da população assistiu a tudo sem entender bem o que aconteceu. Queriam a cassação, mais por entender que era um político corrupto em julgamento do que qualquer outra coisa; seriam incapazes de apontar onde teria sido quebrado o decoro. Por estranho que possa parecer, não vêem nada demais em pagar pensão com dinheiro de um empreiteiro. No íntimo sabem, que se pudessem, fariam a mesma coisa. E outra parte entendeu as verdadeiras razões que exigiam a condenação de Renan Calheiros: a promiscuidade do público com o privado.
Muitos deste último grupo têm infestado a rede com mensagens condenando a decisão do senado. O que me chama a atenção é que muitos ajudaram a re-eleger Lula e condenaram as vaias que sofreu recentemente. Comemoraram as eleições dos mensaleiros e derem ao atual governo um cheque em branco para continuar conduzindo a nação depois do que fizeram no primeiro mandato.
Por que Renan pode ser condenado por falta de decoro e Lula não? O que faz um melhor do que o outro? A origem humilde que não cansa de repetir? Ou a velha máxima de Maquiavel: os fins justificam os meios. Sim, o PT roubou e comprou o parlamento, mas foi por uma causa nobre: a justiça social. Aí está o relativismo que tantos males provoca. O governo Lula colocou toda sua força para absolver Renan Calheiros, participam do mesmo plano de poder.
Querem que o senado faça o que não fizeram nas urnas em 2006. Recusaram-se a colocar para forma um governo que assaltou o estado e tenta, diariamente, destruir todas as instituições da república.
Infelizmente o senado não é melhor do que a sociedade brasileira. É apenas mais uma de suas expressões. E mostra que esta sociedade esta doente.