A modernidade é movimento. O tempo é precioso, escasso, insuficiente para tantas atividades que nos propomos e metas que colocamos como pressupostos para nossa felicidade. Não podemos perder um minuto; acabamos por perder tudo. A máxima é que o mundo não para.
Ao redor temos pessoas, dramas, vidas e, sobretudo, amor. Imersos em nosso cotidiano muitas vezes não o percebemos. Centramos o universo em nossa própria pessoa e deixamos de sentir e enxergar o mais sublime dos sentimentos; aquele que existe desde o começo dos tempos e que ao longo dos séculos faz aflorar o que a humanidade tem de melhor, o que lhe é mais precioso. Nosso egoísmo e incapacidade de parar e contemplar nos faz insensíveis à grande razão de nosso existência: amar.
O amor é desafiante. Desafia os materialistas que consideram que nossa vida é pura biologia; os cientificistas que não crêem em nada que não possa ser experimentado; os relativistas que não acreditam em verdades. O amor é tudo isso que não compreendem. É sentimento, alma, razão e verdade. O amor nos leva para uma trilha segura, com obstáculos, mas segura. Em seu final o grande prêmio que buscamos e não conseguimos entender: a felicidade verdadeira.
O amor desafia a lógica. Derruba conceitos, muda nossos sistemas de valores, vence preconceitos e a incompreensão. O amor nos torna melhores e mais simples, nos abre para um mundo que não julgávamos existir. Um mundo onde as pequenas coisas importam, e que não somos mais o centro de uma existência.
Muitos o confundem, não o entendem. O amor não é egoísmo, não é posse, não é ódio. O amor não leva ao desespero, ao desejo de vingança, à atos que atingem nossas consciências. O amor é sublime, perfeito, o ideal de uma existência. Amar é colocar a própria felicidade em segundo plano, é doar-se sem nada querer em troca. É partilhar, dividir, somar. É viver.
O amor está em duas pessoas que se olham sem perceber o movimento ao redor. Em irmãos que se abraçam e se querem bem. Em pais que desejam que filhos realizem sonhos que eles mesmos escolheram. Em filhos que gostam de deitar no colo dos pais e contemplar a chuva. Em amigos que se sacrificam para ajudar e nunca invejam o sucesso do outro. No mestre que contempla o aprendizado de seu aluno. Em todos que conseguem se admirar pela riqueza da existência e pelas surpresas do universo.
O amor não se define. Não se limita. É a expressão maior do querer bem. Está no romance, nas artes, na sabedoria, nas grandes obras da natureza. Está na vida, ao nosso redor, ao alcance de nossos pensamento.
A perda de um amor nos faz sofrer, nos faz chorar. Mas nos torna humildes e nos cobra a resignação e a fé. A fé que o amor é eterno, que se prolonga além desta vida e do mundo material; que o amor sobrevive até à morte. O amor nos ensina a ser melhores do que somos, nos leva a um novo patamar moral.
O amor está em cada um de nós, esperando uma chance de aflorar, e vencer nossas próprias resistências. Quem compreende esta verdade e sente com toda intensidade este tão belo sentimento sabe que está no caminho do bem, da felicidade. Amar é lei maior de nossa existência, a lição que perdura por séculos vencendo tanta dor e miséria.
O amor nos ensina, nos guia, nos inspira. Sem ele não somos nada, não vivemos a vida com plenitude. Com ele somos tudo e até mais. Com eles somos felizes. Simplesmente felizes.