Realmente existe um fato novo no ar. O presidente não é o mesmo desde o Maracanã, que pode se tornar um divisor de águas em seu mandato. Não foi à São Paulo com medo de enfrentar as famílias das vítimas do acidente da TAM. E não vai ao enterro de ACM pois sabe que também será vaiado lá.
O povo está descobrindo que tem voz, e pode se manifestar. Isto é bom, pois o governante deve saber que existe um limite. Não é, e nunca será uma unanimidade. É popular, o que é outra coisa. Mas o quanto de sua popularidade é devido à bolsa-voto?
O Maracanã representou um alerta. Tanto para Lula quanto para aqueles que não o apóiam. Lembrou-nos a todos que podemos nos manifestar.
Perguntam mas por que não organizam manifestações? passeatas?
Não existe mais uma liderança civil significativa que não esteja a soldo do petismo. No passado coube a UNE a organização dos protestos mais eficazes no Brasil. Hoje está sustentada pelo estado e pela venda de carteiras estudantis para qualquer brasileiro com vinte reais para pagá-las. E ainda sonha com o “outro mundo possível“. O mantra criado por Gramsci para uma revolução socialista via-democracia.
O fato é que existe um processo natural de esgotamento de uma imagem. A de Lula pode ter começado e tudo que parecia descolado de sua pessoa pode começar a grudar agora.
Ainda existem esperanças de varrer este bando que está assaltando o estado brasileiro.