A proposta de discussão sobre a ampliação dos casos de liberação do aborto recebeu freio do presidente ontem. O governo percebeu que é uma causa polêmica e que já parte com mais da metade da população contrária à idéia.
O curioso é que parte da mídia acusava justamente os contrários ao aborto de não desejar discutir o assunto. No programa Roda Viva o próprio Temporão admitiu que as ONGs que defendem o aborto reclamaram da possibilidade de um plebiscito. Temem a manifestação inequívoca da sociedade.
A estratégia do governo agora é aprovar lentamente esta liberação no Congresso, e na surdina, de preferência sem holofotes. Esta é a idéia que a esquerda sempre fez de democracia. Vale a pluralidade de opiniões, desde que todas estejam de acordo com o pensamento “progressista”.
Só vale a pena escutar a sociedade quando se tem certeza da resposta. Caso contrário vale as “lideranças” ou “representantes” da sociedade civil.
Menos mal que o DEM resolveu comprar a briga e se posicionou na questão. É contra a ampliação da lei atual. E denunciou a estratégia do presidente recusar em assumir uma posição para não enfrentar o contraditório. A oposição agora tem um à favor (PPS), um contra (DEM) e um, que para variar, não sabe que posição tomar (PSDB).