Brasil na Ginástica Artística: Da Distância à Conquista

Quem me conhece sabe que não sou de enaltecer demais o “quase lá”, mas temos que entender bem o contexto. No caso da medalha inédita de nossas meninas ontem na ginástica artística, não tem nada de “quase lá”. Talvez em relação à prata, mas nós, e o resto do mundo, ainda estão um pouco distante das americanas. Questão de tempo?

Tenho idade para lembar de Los Angeles, 1984. Foi a primeira olimpíada que o Brasil conquistou um número um pouco mais expressivo de medalhas (ajudado pelo boicote da URSS). Lembro bem da Luisa Parente, nossa esforçada ginasta, primeira a disputar os jogos. Não foi para nenhuma final. Na época vendo a disputa pensei que nunca chegaríamos lá, a distância foi muito grande.

Alguamas décadas depois vieram nossos primeiros talentos, tanto no feminino quanto no masculino. Individualmente aos poucos chegamos lá. Vieram as medalhas e me perguntei se não era um novo fenômeno “Guga Kurten”, ou seja, um fenômeno de um talento que aparece de vez em quando, mas que não trata de um esforço consistente de um país em ter sempre atleta de ponta competindo.

Pois esta medalha por equipes mostra que não. O Brasil atingiu realmente uma prateleira de destaque na modalidade, revelando atletas de forma constante. Uma combinação de talento e estrutura, incluindo treinadores e suas equipes. Por isso este bronze é muito importante, por isso vale ouro.

Foi emocionante ver nossas meninas superarem um início difícil, em que parecíamos longe da medalha, e conquistá-la no último momento, na última apresentação. Deu orgulho vê-las no pódio ontem. Mostrou que a combinação talento e esforço é possível em nosso país e isso não é pouco.

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