A Elegância do Ouriço

Fazia tempo que não me divertia tanto com um livro de ficção!

Muriel Barbery conseguiu montar um mini cosmos interessantíssimo em um prédio residencial de classe média alta em Paris. A personagem central é Renée, a concierge do edifício. Rude e retraída, na verdade é ume mulher de meia idade culta, mas que esconde sua verdadeira natureza para não se incomodada pelos moradores.

É um romance filosófico, onde tanto Renée quanto uma jovem de 12 anos, Paloma, que planeja o próprio suicídio, refletem sobre as pessoas e as situações que testemunham. A vida das duas correm quase em paralelo até que se cruzam na parte final, graças a um terceiro personagem que se muda para um apartamento que vagou, o viúvo japonês Ozu.

Há cenas memoráveis como o primeiro encontro de Ozu com Renée, em que ele percebe que há algo de errado com a concierge ou o processo um tanto caótico que Mercedes empurra Renée para um jantar. Bem narrado e muito espirituoso, A Elegância do Ouriço merece a visita.

Um livro muito interessante, que nos conquista desde as primeiras páginas e nos faz pensar muito na vida, arte, filosofia e o que importa realmente no meio do caos e da feiura que infelizmente nos acostumamos.

Terapia para os dias de hoje: leia Chesterton!

Nunca vou cansar de repetir, se tivesse que escolher um único autor para ler para o resto da vida, seria Chesterton. Ele é o mais completo, uma síntese do conhecimento universal e do puro bom senso.

Quer saber por onde iniciar?

Aqui vão 3 dicas:

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Hereges: https://amzn.to/49pTWb0

O Homem Eterno: https://amzn.to/3unvzMo

Kit Especial (os 3 citados e mais O que está errado no mundo): https://amzn.to/3I8XB1H

O que está esperando? Deixe de ser um passageiro neste mundo e passe para a cadeira de motorista!

Pequena reflexão de sábado

Temos que aproveitar cada minuto que temos para fazer coisas que realmente importam. Não é aquela visão distorcida de agir como se não houvesse amanhã, um carpe diem destorcido que parte da idéia que liberdade é não ter limites, é fazer tudo que temos vontade, mas uma compreensão que estamos neste mundo realmente de passagem e o relógio passa para cada um de nós.

Nossa vida é finita e o que mais vejo é arrependimento de não ter passado mais tempo com a família, não ter cuidado mais de si mesmo, não ter priorizado o que precisava ter priorizado e por aí vai.

Não gerenciamos nosso tempo, mas gerenciamos sim nossa vida. No fundo, precisamos decidir se somos passageiros ou motoristas.