Quando Israel voltou do exílio na Babilônia, imediatamente recomeçaram a construir o templo de Jerusalém. Na narrativa de Esdras, começaram pelo tabernáculo. Logo os ritos tinham recomeçado, com os sacrifícios de animais e festas estabelecidos por Moisés. Quando iniciaram as fundações, os sacerdotes mais velhos, que lembravam do templo antigo, criticaram, percebendo que não seria tão grande quanto antes. Os trabalhadores pararam, desanimados.
Assim acontece conosco, sempre que nos deixamos levar por lembranças do passado e não conseguimos olhar adiante. O primeiro templo foi construído por Salomão, em tempos de prosperidade. O segundo estava sendo feito por um povo sofrido, que voltava de um exílio duro, seguindo a orientação de Iaweh. Se pensarmos bem, talvez o mérito fosse ainda maior do que nos tempos do grande rei.
Se não enterrarmos o passado, seremos aterrados por ele e não teremos futuro. Essa é uma das lições que esta passagem nos trás. Não queiramos reconstruir o passado quando não temos condições para isso, e talvez nem seja mais o caso. Olhar para trás é fonte de preciosos ensinamentos, mas não pode ser visto como uma prisão, que nos imobiliza em nossos projetos pessoais e profissionais.