Num reino distante…

Um belo dia, em um reino bem distante, um grupo de juízes deram de presente a um novo governante um conjunto de leis escritas. Eles entendiam que o novo governante era perigoso, que não seguiria as leis que foram promulgadas ao longo do tempo, embora nada indicasse qualquer intenção neste sentido.

Passou o tempo e o que se viu foi o contrário. O grupo de juízes constatemente violavam as leis que estavam naqueles escritos.

Talvez o governante devesse retribuir o presente com outro texto. Eu daria a eles o Tratado da Justiça, de São Tomás de Aquino, e sublinharia, com destaque, a questão 60 (volume 3) que trata do juízo, o ato próprio da justiça.

Lá se adverte sobre o problema de se julgar contrariando as leis escritas, além dos problemas da disposição do julgador e de seguir a reta razão.

A consequência maior deste reino distante é ser entregue, sob aplausos destes juízos, às raposas que aguardam vorazes para devorar tudo que se produz no reino, que não é pouca coisa.

Sob aplausos dos menestréis e trovadores.

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