Retomando, again.

Entre idas e vindas, retomo este espaço.

Nas últimas semanas as coisas andaram agitadas. Mudei-me com a família para uma casa, o que ainda nos exige um bom tempo de arrumação; tempo este, inclusive, que nem tenho, pois o trabalho tem me exigindo muito, especialmente em viagens. Nos últimos 2 anos e meio o que colecionei de milhas aéreas é uma grandeza. Acho que voei mais neste período que toda minha vida somada. Reclamo? Não. O job mais do que compensa, embora sinta falta de ficar mais tempo em meu lar. Ainda mais com casa nova!

Não foi só isso. Também usei este tempo para refletir mais e opinar menos. De vez em quando passo por este ciclo. Já dizia a antiga sabedoria: há tempo para tudo nesta vida. Há tempo de recolhimento, crescimento interno e há tempo para expansão, para dividir o que achamos bom. Estou entrando novamente nesta segunda fase do ciclo.

Atualmente estou lendo o livro dos provérbios. Segue um que tem a ver com o que disse acima:

O caminho do estulto é reto aos seus próprios olhos, mas o sábio escuta o conselho.

Pv 12, 15

Como estou aprendendo com São Tomás, na Summa, conselho não necessariamente vem de fora, de outra pessoa, mas do uso da nossa razão. Nós frequentemente nos aconselhamos; é uma das partes da razão. Só que para isso, temos que refletir, entender o nosso contexto e deliberar sobre o que é melhor, sempre visando os bens verdadeiros. Por isso precisamos de tempo, de parar um pouco esta roda viva da modernidade, desacelerar. Quando nos tornamos escravos deste ritmo louco da modernidade, perdemos a capacidade do conselho e passamos a agir sem o uso de nossa razão, que no fundo é um processo de desumanização.

O processo de nos tornarmos “integralmente humanos” passa pelo tempo que separamos para refletir sobre nossas vidas. Ou seja, precisamos recuperar nosso controle sobre o uso do tempo. É difícil? Se, é! Mas não temos outra escolha. Se não o fizermos, veremos a nossa vida passar em um instante e, no fim, nos restará o arrependimento de ter vivido muitas experiências e não termos aproveitado nenhuma.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *