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Estou lendo o livro do Éxodo, em meu projeto de ler a Bíblia em um ano. A grande divisão no povo de Israel ao sair do Egito era se deveriam aceitar a liberdade de construir o próprio destino ou permanecer no conforto relativo garantido pelo Egito. Ainda hoje é a grande divisão da ocidentalidade.
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Uma professora me disse um dia que não existe essa coisa de Ocidente. Neste ponto ela estava profundamente errada.
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Ainda sobre o Êxodo, que livro é a Vida de Moisés, de São Gregório de Nisa. Ele faz toda uma interpretação espiritual sobre os episódios narrados na Bíblia. Só por esta chave podemos realmente entender o sentido do que passou. Por exemplo, o Egito(e o Faraó) representa a vida em pecado. Quando o mar vermelho se fecha sobre os soldados do Faraó (vicios), é a força do batismo que mata o pecado no homem.
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Gosto muito da música do Neil Young, mas sua atitude privou seu próprio público de ter acesso à sua obra na plataforma de streaming mais popular hoje. Espero que o Spotify continue firme em ser o que pretende ser, uma plataforma.
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O episódio do Neil Young me despertou para outra questão: até que ponto podemos confiar que uma obra estará disponível quando precisarmos dela se existir apenas no mundo virtual? Qual a garantia que não seremos banidos ou impedidos de acessar uma grande biblioteca digital de filmes, música, livros, etc. Fiquei olhando para meu cd do Harvest, uma obra prima do Young e pensando sobre isso.
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Aliás, fui querer escutar um disco do John Entwistle no spotify e ele não estava lá. Ainda bem que tenho o cd. Mas se não tivesse? E se tivesse vendido ou doado toda minha coleção? Ah, sempre se consegue de algum meio, dizem. Estamos dando por garantido o que não temos controle.
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Li por aí que a amazon está aumentando seus preços. Nos empolgamos muito quanto temos uma opção muito mais barata (e prática) e não pensamos muito sobre lojas fechando. É o capitalismo funcionando, dizem. A tal destruição criativa. Só que quando o monopólio se estabelece, a dinâmica do preço é outro. Não tem problema, dizem os capitalistas. Com o aumento do preço, se torna lucrativo abrir novas lojas. O diabo, dizem também, está nos detalhes. Esse abrir uma loja em uma ambiente de monopólio não é o estalar de dedos que os sonhadores imaginam. Há uma espécie de crença mágica no empreendedorismo, que existe mais trabalho e esforço que se imagina.
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Falo mal do capitalismo? Falo. E o comunismo? Bem, aí temos o ápice do capitalismo, onde tudo se concentra no mínimo de donos possíveis, que não precisa ser o estado. Eles não são polos apostos. O comunismo é a perfeição do capitalismo e o próprio Marx sabia disso. Só que não se importava pois seria a realização do materialismo científico. O polo oposto do comunismo não é o capitalismo. É a Igreja. Não a instituição, com suas falhas e imperfeições, mas a Igreja do Cristo.