Carpeaux: Homero

Li recentemente um pequeno ensaio de Otto Maria Carpeaux chamado O Sol de Homero, onde ele trata do pai de toda literatura. Aliás, a diferença de patamar do Carpeaux para quase toda crítica literária é um absurdo. Chega a ser intimidador.

Ele critica a forma como estudamos Homero. Ele não é um poeta símbolo de uma era que não existe mais. Devemos ler Homero como os gregos o liam, como fonte de sabedoria eterna. E tudo que é eterno está mais próximo de nós do que o que é filho do tempo. Assim, A Ilíada é muito mais atual do que Game of Thrones, por exemplo.

O que me impressiona Carpeaux é sua concisão. Ele não precisa mais que algumas poucas páginas para tratar de Homero, da questão central da disputa intelectual da modernidade, de pedagogia, sabedoria e até fazer uma pequena introdução ao estoicismo. Qualquer grande crítico do presente levaria no mínimo umas 30 páginas para apenas arranhar a superfície do que o austríaco percebeu.

A Ilíada e a Odisséia são a Bíblia do povo grego e fazem parte do berço de nossa civilização. Deveríamos reverenciá-las mais. Sem Homero, nossa cultura seria bem diferente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *