Depois de uns 20 anos assisti novamente. Envelheceu muito bem. As lembranças, por mais que sejam dolorosas, fazem parte de quem nós somos. Apagá-las é apenas um lenitivo, que vai funcionar por um breve tempo, mas uma senhora que tenta marcar um terceiro apagamento em um mês mostra bem que algo não funciona.
Há um conto de natal do Dickens que trata exatamente deste assunto. Neste caso, o apagamento da memória ruim se dá por um pacto com o maligno. O grande problema que o conto nos mostra é que nosso carácter também é formado pelas nossas desilusões e sofrimentos.
Um detalhe que me ocorreu. O filme, como era praxe nos anos 80 e 90, tem em torno de 1h 40min. Os filmes de hoje giram em torno de 2h20min.
Ganhou-se 40 minutos de porcaria. É possível contar uma boa estória, como este filme, em 1h 45min. Mais que isso tem que valer mito a pena, o que não é o caso das bombas que vemos todos os anos.