Há sempre um drama humano em cada medalha que ganhamos; e em cada fracasso, também.
Deve ser chato ganhar 100 medalhas. Você nem curte a medalha direito; pior, os que ganham prata e bronze devem ser praticamente ignorados. Os que quase ganham; esquece. Nem existem.
Não é nosso caso. Cada medalha tem uma história que passamos o dia curtindo, o que é bem legal. No entanto, há sempre um componente emocional pesado em cada disputa, especialmente quando a chance de medalha é real. Muitos sucumbem. Dizem que o brasileiro é fraco emocionalmente. Não sei, talvez Simone Biles tenha nos ensinado que o componente emocional existe para todos.
O que vejo, ao longo dos anos, é que há duas maneiras de lidar com a frustração de quem quase conseguiu uma vitória.
O nadador Bruno Fratus e uma italianinha (Vanessa Ferrari) que vi na ginástica hoje mostram um. Bateram na trave em 2 olimpíadas, quase chegando lá. Levantaram a cabeça, analisaram seus erros e fizeram o possível para melhorar. Conseguiram as sonhadas medalhas. E choraram com elas.
Infelizmente alguns atletas escolhem outro caminho. Não reconhecem seus erros e passam a distribuir culpas pela sociedade. A nossa seleção feminina de futebol é um grande exemplo. Ganham espaço na mídia tupinquim, mas podem esquecer medalhas no futuro. O vitimismo é o caminho mais fácil.
Basicamente é a mesma atitude que temos em relação à vida e nossos erros. Estamos dispostos a aceitá-los e lutar por uma medalha ou vamos ficar lamentando as injustiças que imaginamos?
