
Eu só assisti o vídeo da fadinha após a medalha de prata. Tinha lido em algum lugar que o skate levaria uma menina de 13 anos para os Jogos, mas a primeira vez que a vi foi quando ela apareceu para sua primeira volta nas classificatórias. De cara encantei-me com seu sorriso contagiante, próprio das crianças felizes.
Que alegria vê-la tão solta, brincando como se nada daquilo fosse muito sério. Talvez por isso as mais novas tenham se destacando tanto, as três medalhistas eram menores de idade, enquanto que as mais experientes tenham o semblante mais concentrado, e mais tenso.
Nada entendo de skate e ao contrário de muita gente, não finjo conhecer. Tudo aquilo me parece muito difícil e fico pensando quantas quedas uma menina aquelas leva para chegar naquele nível. Talvez seja um dos melhores ensinamento do esporte: perseverança. A vida é uma sucessão de obstáculos, tombos, mas também de uma disposição de seguir em frente, de vencer.
Há no skate também um componente de auto expressão, que também faz parte da vida. Queremos vencer, mas também temos nosso estilo pessoal, nossa filosofia, nossa maneira de ver as coisas. Todas as meninas tinham suas personalidades bem destacadas, e distintas.
Foi muito divertido ver a competição. Vários sorrisos me encantaram, não só o da Raíssa, mas também a da filipina, da americana gordinha que tinha a melhor cara do mundo apesar das inúmeras quedas, a da holandesa que quase surpreende. Todas são vitoriosas à sua maneira. Quando terminou a prova, vi uma abraço sorridente entre Raíssa e japonesa medalha de ouro, também de 13 anos. As suas estavam felizes, como deve ser. Aliás, o tom da competição era de muita cumplicidade e não de rivalidade.
Aprendi muito vendo estas meninas e talvez por isso um mestre antigo tenha dito para ser como os pequenos.