No Capítulo 7 de Fundamentos de Antropologia, livro que estou relendo de Stork e Echevarría, os autores tratam das relações interpessoais, principalmente da maior delas, o amor.
O homem necessita destas relações e um homem isolado, sem conexões reais, é um homem amputado de sua própria dignidade. Os autores seguem a linha mestra de Aristóteles sobre o tema. O homem é um animal social.
Destaca-se a principal das relações, o amor, que é entendido como o querer bem a quem se ama. Não se trata de um sentimento, mas de um ato da vontade. Muitas vezes o amor se acompanha de sentimentos como o desejo e o afeto, mas nem sempre. O homem que tem o sentimento sem o amor cai no sentimentalismo, um vício que desordena.
Amar de verdade é amar para sempre. O matrimônio surge como uma promessa que se deve cumprir e não como um pacto, um contrato que vale enquanto for bom para as partes. Neste ponto, a concepção de Stork e Echevarría é profundamente anti-moderno. O casamento não é um simples contrato, é uma promessa das mais solenes que se pode fazer, é uma jura de amor eterno, mesmo nas condições mais sofridas.
Por fim, tratam da amizade e relembram que há também uma relação com a justiça. Amizade implica e dar a parte justa. Uma sociedade que perde a amizade, perde também a justiça. O sistema legal se torna legalismo e não tarda descambar em violência, pois não se forma a coesão de uma sociedade pela força e sim pela amizade.
Um capítulo fundamental para os dias de hoje.