O capítulo 5 de Fundamentos de Antropologia, livro que estou relendo, trata de 3 tópicos interligados.
O primeiro é o conhecimento, que pode ser de duas naturezas: teórico ou prático. O teórico é aquele que chegamos por abstrações, desenvolvendo teorias. O segundo é o aplicado às situações concretos. Corremos no erro do racionalismo quando ignoramos esta distinção e tratamos tudo a partir da perspectiva do teórico.
Segundo Stork e Echeverría, o mundo moderno se construiu em torno de 3 premissas:
- Um progresso linear e ascendente através do método científico.
- o conhecimento científico como um modo privilegiado
- um progresso infinito do mundo humano, rumo à perfeição.
Estas três premissas não resistiram ao século XX e foram bem modificadas. O método científico parte da idéia da hipótese que fundamenta uma teoria, que o cientista busca defender. Coube a Popper formular que o maior valor estava em criticar a própria teoria antes que outros o fizessem, buscando prová-la falsa. O conhecimento científico é apenas um dos modos de conhecimento e não se pode nem dizer que é o melhor. A idéia de que seja o único válido é próprio do erro do cientificismo. Por fim, as guerras mundiais mostraram que o progresso científico não significava um progresso moral da humanidade.
O segundo tópico é da ação humana, que sempre acontece em um contexto e no mundo concreto. A sabedoria e prudência desempenham um papel fundamental pois a ação humana implica em determinação dos fins, deliberação sobre os meios, decisão, execução, resultados, reavaliação e consequências. Curiosamente o fim é o princípio da ação humana e sua última etapa a ser concluída. O homem é capaz de agir a partir de sua vontade. Aprende com seus erros e tenta novamente.
Por fim a questão da verdade, que os autores entendem como adequação da realidade com o pensamento. O homem tem a liberdade para aceitar ou recusar a verdade, mas a única atitude ética em relação a ela é de aceitação. No entanto constantemente a recusa, em variadas formas como a recusa de aprender, recusa da verdade, fuga ou negação da própria idéia da verdade. Assim, comete erros como ceticismo ou relativismo. A dignidade do homem também está na aceitação da supremacia da verdade, mesmo que esta não lhe seja agradável.