O limite da justiça estatal

Nivaldo Cordeiro em seu curso sobre Dom Quixote, argumenta que Cervantes faz uma crítica ao Estado moderno, especialmente na questão da administração da justiça. Na tradição clássica e medieval admitia-se a superioridade do direito divino ou natural sobre costumes, jurisprudência só para então chegar no direito positivo, que devia estar subordinado ao primeiro. A modernidade exclui todas as instâncias superiores e diviniza o direito positivo como fonte de toda justiça.

O resultado é que o estado vai se tornando cada vez mais eficiente em prender as pessoas e chega na situação de ter regiões do mundo com pelo menos 5% da população masculina encarcerada e subindo. Significa que alguma coisa não está funcionando, pois a sociedade se torna cada vez mais violenta, mesmo em países do chamado primeiro mundo.

Para Nivaldo, o grande problema da justiça do estado moderno é que ela ignora completamente o perdão, parte da justiça divina e se torna, na realidade, uma justiça vingativa.

Parece uma utopia imaginar que a justiça cristã, com base no perdão, poderia funcionar melhor do que a justiça positiva vingativa do estado. Só que na prática, esta também parece não estar resultado em uma sociedade melhor.

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