O que mais me chamou atenção neste conto é que Thomas em nenhum momento se questiona sobre seu papel na casa. Embora demonstre carinho pela mãe, parece-me que o conforto tem na casa é o maior motivo para estar vivendo ali, aos 35 anos, com a mãe idosa. Mais uma vez Flannery nos apresenta uma mãe aparentemente sem instrução, mas profundamente caridosa, lidando com um filho intelectual, que vê as atitudes dela com condescendência.
A entrada de Sarah impacta o equilíbrio da casa. Thomas não só se recusa a entender o ponto de vista da mãe, como vê imediatamente a moça como sua antagonista. Talvez ela seja seu próprio espelho, pois tudo que a acusa pode de certa forma ser referido a ele mesmo. Ele reconhece que ela tem uma inocência natural, mas a vê como a presença do mal no mundo, que precisa ser eliminado pois não tem correção possível.
Em Thomas temos o orgulho, a idolatria e um desejo crescente de agir em nome da justiça. A receita para o desastre.