O Capítulo 4 de Fundamentos de Antropologia, do Stork e Echevarria, trata da relação do homem com a natureza, incluindo os instrumentos que fabricamos, ou seja, da relação do homem com a matéria que constitui seu habitat.
Quando o homem se relaciona com a Terra, ela se torna um mundo. Para sobreviver, ele precisa modificá-la e é o caráter equilibrado desta relação homem-natureza que deve buscado a todo tempo. Quando ela se distorce, pela falta de consideração do homem com este mundo, há um prejuízo ecológico, que não deve ser visto a partir do ponto de vista ideológico de uma natureza intocada, mas de uma relação saudável.
Para lidar com a natureza o homem desenvolve a técnica, que também deve usá-la na justa medida sob pena de se tornar escravo do próprio instrumento que cria. É comum na modernidade, por exemplo, que o homem ajuste seus horários em função das máquinas e não o contrário.
Um aspecto interessante do mundo humano é o lugar especial em que exerce sua intimidade, que de certa forma o protege do mundo exterior, é o lar. Mais que um simples local, é onde guarda o que é seu, que pode viver sua vida interior e desenvolver sua personalidade, assim como vive sua família. A violação do lar é um ato de indignidade para o homem.
Não sem certa polêmica, os autores condenam tanto o machismo quanto o feminismo, duas atitudes que buscam emancipar de um lado o homem e do outro a mulher de suas obrigações e responsabilidades pelo lar, sacrificando suas próprias famílias. Todos que habitam o lar possuem responsabilidades; não existe o direito de se fazer o que bem entende independente de sua própria casa. Não é por acaso que existe uma necessidade no homem de retorno ao lar, tantas vezes objeto da literatura.
A relação correta do homem com a natureza se expressa pelo termo benevolência, que se entende como o respeito à realidade das coisas. O homem é benevolente à medida que colabora para que o outro e a natureza realizem suas essências, que implica no reconhecimento ao real.