Kitty, Daisy and Lewis

Nos fins de 2008 fui passar uma temporada no Haiti. Entre uma missão e outra, passava meus dias na base brasileira da MINUSTAH escutando música. Uma das bandas interessantes que descobri na época foi a formada por 3 irmãos adolescentes que tocavam músicas americanas da década de 50, o rockabilly e outros ritmos que formavam as raízes do que depois se transformaria no rock and roll.

O tempo passou e eis que volto a prestar atenção. Se na época a caçula Daisy tinha 16 anos, agora perto dos 30, o som deles amadureceu bastante e ganhou mais uma autoria. Na época estavam com um único disco lançado; hoje são 4.

A dica que deixo é escutar o último, Superscope de 2017.

Ainda existe boa música com boas bandas. Só não estão na mídia.

Paulo Gustavo: mais um que nos deixa

Paulo Gustavo era um humorista famoso. Contraiu o covid 19 e depois de longa batalha, não resistiu. Mais um que nos deixa. Tinha 42 anos.

Eu não conhecia o trabalho dele. Não assisti seus filmes, mas sei que eram bem famosos. Nada disso importa. Apenas que esta praga levou mais um brasileiro, entre famosos e anônimos, mas todos queridos para alguém.

Tem gente já subindo no caixão para fazer discurso político. Tem que ter alma apodrecida para isso.

O principal culpado por sua morte é um virus. Nunca podemos esquecer este fato fundamental. O mundo inteiro está sofrendo pesadamente com as perdas humanas que esta pandemia nos causa e sofreremos por algum tempo. Buscar bodes expiatórios não vai resolver este problema.

Parem.

Felicidade não depende só da vontade

Nós não somos os únicos responsáveis por nossa própria felicidade, pelo menos a que podemos ter aqui nesta vida. Há uma série de fatores que estão fora do nosso alcance, como a família que nascemos, a sociedade que vivemos, fatores físicos diversos.

Aristóteles já dizia que para termos uma boa vida precisamos desenvolver os bons hábitos, mas precisamos também ter sorte. Precisamos dos dois. Há gente que tem tudo que a sorte pode dar, mas não consegue ser feliz.

Já São Tomás de Aquino, na Suma Teológica, dizia que nesta vida só podemos ter uma felicidade imperfeita, pois estaremos sempre sujeitos ao mal, uma característica de nosso mundo. Felicidade mesmo, perfeita, só em outra vida.

O que tanto Aristóteles quanto Aquino concordam é que o homem não se basta para ser feliz. Precisa de sorte, ou da graça, para juntamente com a prática das virtudes viver a boa vida.

Portanto devemos ter muito cuidado com a promessa, muito viva nos livros de auto ajuda, que tudo está à alcance de nossas mãos, que basta querer e se aplicar. Pior, há muitos livros que ainda dizem que devemos buscar nossa felicidade sem levar em conta a dos outros. O homem é um animal social e jamais será completamente feliz sozinho.

Enfim, algumas leituras que tenho feito nestas semanas.