Dia Internacional da Mulher

Boa parte da disputa entre alguns cientistas e alguns religiosos sobre o texto da criação do mundo no livro de Gênesis é por absoluta incapacidade de alguns em entender simbolismo, em particular aos tempos simbólicos. Nem vou perder tempo com isso.

Só queria ressaltar que não há muita controvérsia sobre a ordem da criação. Dos seres inanimados ao homem, há uma marcha da racionalidade, desde a crosta terrestre, passando pelos animais até chegar na imagem de Deus, no homem.

Só queria chamar atenção para um detalhe: não é o homem o último ser criado de acordo com a narrativa bíblica. Deus reserva o ápice da racionalidade para a mulher, que é criada após o homem. O fato de muitos homens acharem que são mais racionais apenas confirma a tese, que deveria ser óbvia a todos, que é a mulher o ser mais racional da criação.

Por isso nunca entendi bem o desejo de muitas mulheres em se provar tão racionais como os homens. São melhores do que nós e é preciso que assim seja. Por isso que devem ser preservadas de certas barbáries que não deveriam sequer ser digno de sua atenção. Eu tenho convicção que Deus colocou a mulher no mundo para nos guiar e grande parte de nossa tragédia é a rebeldia dos homens com este verdadeiro presente que nos foi dado e que deveríamos ser profundamente gratos.

Todo resto é espuma.

O Trabalho Intelectual: a ordenação de nossas idéias

No capítulo V, Jean Guitton trata da passagem do monstro para um texto lúcido a partir da ordenação e seleção das idéias.

O grande segredo aqui é o parágrafo, base de todo texto. Um parágrafo deve ter uma única idéia, que deve ser repetida três vezes. Primeiro se anuncia a idéia; depois a desenvolve; e, por fim, a resume. Por isso é no fim do parágrafo que se deve encontrar a idéia resumida.

As fichas e notas são o material de apoio ao texto e uma ficha deve ter, como o parágrafo, uma idéia única. Um bom escritor deve se dedicar a desenvolver sua habilidade na escrita do parágrafo.

Guitton também aconselha desenvolver um argumento por contrariedade, ou seja, a partir da refutação inicial da idéia (que por sinal era o “método” de São Tomás na Suma Teológica”.

Jesus de Nazaré: O Batismo

Prosseguindo o projeto de reler o belo livro de Bento XVI, Jesus de Nazaré, vamos ao Capítulo 1, onde trata do Batismo, justamente o início da vida pública de Jesus.

O Papa sublinha o papel de João Batista como o último dos profetas, aquele que anuncia a chegada do Senhor. No ritual do batismo, temos a simbologia da morte, ao imergir na água, e do renascimento, ao emergir renovado para a vida. De início João reconhece Jesus e diz que não deveria batizá-lo, mas Jesus responde que por ora era necessário, que tratava-se de uma questão de justiça. O estranhamento de João é porque o batismo era precedido de uma confissão dos pecados, que eram então limpos pelo ritual. Se Jesus não tinha pecados, como poderia ser batizado?

O que Bento XVI explica é que o batismo de Jesus está ligado a seu martírio, à crucificação. Não são seus pecados que são limpos no rio Jordão, e nem na cruz, mas de toda humanidade. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado no mundo, como anuncia João Batista. Seu batismo é sua preparação para o mistério da cruz.

O sacramento __ o batismo __ a partir daqui aparece como participação na luta de Jesus pela transformação do mundo na mudança da vida que acontece na sua descida e na sua subida.

Rio de Janeiro: covid? Que covid?

Por motivo de trabalho, venho frequentemente ao Rio de Janeiro. A cada vinda, pergunto-me, se a cidade continua funcionando perto da normalidade, mesmo com a pandemia.

A cada vez, a reposta parece ser a mesma: que covid?

Não que a situação tenha sido mais tranquila para a cidade; não foi. Trata-se do segundo pior índice do pais, mas mesmo assim…

Não tivemos nenhum colapso, cenas de desespero, apelos histéricos por ajuda.

É como se o carioca tivesse decidido enfrentar a crise com aquela atitude desafiadora que enfrenta tantos problemas crônicos. Como se tivesse chegado à conclusão que não há de fato nada para fazer e já que tem que passar por esta provação, que seja nos seus termos.

Independente de concordar ou não, sinto uma certa admiração pela coragem. Para não dizer temeridade.

Mas sempre com alegria.

Vertical Horizon: um som sincero?

Mais uma banda que conheci a partir de uma dica do Neil Peart, o Vertical Horizon.

Em seu livro Música para Viagens, Peart define o disco Everything You Want (1999) como um disco de excelentes músicas com um som que define como sincero. Eu ainda não sei exatamente o que é um som sincero, mas estou adorando o album. Parece que foi um grande sucesso na época, mas confesso que me passou batido.

Realmente, todas as músicas são excelentes. Destaques iniciais para a faixa título, Finding Me e Send It Up.