Democracia = divisão

Uma vez escutei de um indígena paraense que seu povo não acreditava em democracia. Para eles, democracia era uma forma de resolver disputas em que o lado mais numeroso vencia e o lado derrotado acumulava ressentimento. Eventualmente isso levaria a uma divisão na tribo. As disputas eram resolvidas pelo consenso, em longas discussões até que se chegasse em uma solução que satisfizesse a todos.

Platão e Aristóteles eram profundamente desconfiados da democracia. Se o povo se transformasse em massa, sua vontade estaria tomada pela hybris e nada impediria a imposição de uma anarquia. Acreditavam que uma monarquia do tipo constitucional era o melhor regime possível, embora imperfeito. Apenas um sociedade perfeita poderia gerar uma polis perfeita e como estamos longe de sermos perfeitos, esta polis jamais existiria. Mesmo que se implantasse por um milagre, não se manteria.

Comecei a ler o livro de Hans-Herman Hoppe Democracia o deus que falhou. Na introdução assume explicitamente que a democracia é um regime político falhado. Sua promessa de liberdade se transformou em violência, guerras, ganância, degeneração moral, dissolução da família, aborto, crimes e por aí vai. A história do século XX é a história de seu fracasso, desde que Woodrow Wilson impôs a democracia ao mundo na Grande Guerra, acabando com o antigo regime das monarquias absolutas. Sem elas, o mundo ficou indefesa contra males muito maiores como o comunismo e o nazismo.

E continua indefeso, penso eu, para as novas formas disfarçadas do coletivismo desumano da modernidade.

Vai ser uma leitura interessante.

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