Ao ar livre

Inspirado por um vídeo sobre a importância da vitamina D, que é um hormônio e não uma vitamina, tenho me esforçado para pegar 20 minutos de sol todos os dias, perto do meio-dia.

Paço protetor no rosto e lá vou eu, para uma pequena praça aqui em frente de casa.

Geralmente fico escutando algum podcast, preferencialmente sobre temas mais espirituais, que me inspirem.

Isso faz um mês. Seja por este fator ou não, o fato é que passei a me sentir melhor em muitos aspectos.

Precisamos do ar livre mais do que imaginamos.

A frouxidão do homem de hoje

“Já acredito há muito tempo que, se a eficiência cada vez maior da tecnologia de destruição um dia fizer que nossa espécie desapareça da Terra, não terá sido a crueldade a responsável por nossa extinção. Menos ainda a indignação que a crueldade desperta ou as represálias e vinganças que ela atrai (…) Terá sido a docilidade, a falta de responsabilidade do homem moderno, sua desprezível aceitação subserviente de qualquer decreto comum. Os horrores que já vimos, os horrores ainda maiores que logo veremos, são sinal não de que os homens rebeldes, insubordinados e indomáveis estejam aumentando em número no mundo todo, e sim de que aumenta constantemente o número de jovens obedientes e dóceis.”

George Bernanos

Estou cada vez mais convencido que está frouxidão está custando vidas na pandemia.

Eleição na Câmara: novos ares

Estão dizendo que a velha política voltou, se é que ela foi embora um dia, com a eleição do tal Arthur Lira para a presidência da casa.

Em política, dificilmente eu comemoro vitórias. Sou daqueles que comemora derrota dos outros.

E, convenhamos, a Câmara precisava dar uma arejada. Pode ser que logo mais, precise novamente, é do jogo.

Mas estava demais.

Pena que tem um poder que estaremos presos por décadas…

Papa Francisco: A Alegria do Evangelho

Vejo muitas críticas ao Papa Francisco, especialmente entre católicos, que o enxergam como um agente do comunismo ou do globalismo. Chamou-me atenção a virulência dos ataques nas redes sociais quando o aborto foi aprovado na Argentino, reclamando de uma suposta omissão do Papa. Confesso que dedico-me muito ao pensamento do papa anterior e pouco prestei atenção ao atual vigário de Cristo.

Há algumas semanas assisti um vídeo do Bispo Barron e em determinado momento ele diz que a chave para entender o papado atual é a exortação apostólica que Francisco escreveu em 2013, que seria quase um plano para o que pretendia fazer. Chamada A Alegria do Evangelho, ela tem cerca de 200 páginas e pela primeira vez tive uma compreensão maior do argentino.

Não, ele não é comunista e nem globalista, embora alguns trechos, se distorcidos, como a mídia costuma fazer, pode dar esta impressão. Aliás, lembro que distorcem até Jesus para este propósito como as bobagens que ele foi um imigrante, um líder revolucionário, o primeiro marxista, e outras que já ouvi por aí. Francisco tem uma preocupação muito clara, tirar o catolicismo da arena privada que foi colocado pelo secularismo. Não, diz ele, ser católico não é uma questão exclusiva de foro íntimo para ser vivida dentro de casa. Ela se expressa em nossa vida social e deve se expressar com alegria. O católico tem o dever de passar adiante todo bem que recebe, inclusive, e principalmente, a boa nova.

Francisco analisa a conjuntura atual, os imensos desafios, e a necessidade de levar a mensagem adequada para os tempos que vivemos, em que a cultura do liberalismo-progressismo é dominante, particularmente no ocidente. Resgatando um conceito de São Tomás, ele separa substância da evangelização, as verdades eternas da fé, da forma como ela é disseminada, que deve ser adpatada para o contexto local, seja ele qual for.

Para o Papa, temos um duplo dever: evangelização e caridade. As duas coisas precisam andar juntas. Não se trata de um serviço exclusivo para padres, mas para todos os membros da Igreja. É um chamamento. O católico tem que defender sua fé com alegria e colocá-la a serviço da sua comunidade.

O texto é riquíssimo, com muitos insights interessantíssimos sobre a cultura da modernidade. A Igreja, se confia no Cristo, não pode ser taciturna. Precisa lembrar que a sua história surge da vitória de nosso senhor sobre a morte, sob o símbolo da ressurreição.

Tenho a impressão que Francisco e Chesterton um dia travarão interessantes conversas sobre a alegria do evangelho.