Dos 9 companheiros da sociedade do anel, ninguém representa mais o homem real do que Boromir. É fácil jogar pedras nele como um traidor, mas entender o que ele fez exige um pouco mais.
Imagine que você vê sua nação, algo que ama em profundidade, ameaçada de ser conquistada por um ser demoníaco. Com seu grupo tem uma arma que poderá destruir o inimigo, mas tem um probleminha: foi fabricada pelo próprio inimigo. Ou seja, a arma em si é demoníaca.
O que você faria? Arriscaria?
O erro de Boromir foi achar que ele poderia fazer algo bom com um instrumento do mal. Usar o mal para gerar o bem, a aposta de Fausto. Praticamente todo século XX é esta estória. Pois o mal pode ser usado para destronar o mal, e substituí-lo por outro.
Boromir caiu na tentação com a melhor das intenções, como costumamos fazer.
No fim, se redimiu e pediu perdão. Como devemos fazer.
Faromir, o irmão de Boromir, chega a dizer que não pegaria o anel nem se o encontrasse na estrada. É a atitude correta, mas que nem sempre temos a força para adotar.
