Série Discos Favoritos: 2 – Rocket to Russia (Ramones, 1977)

Lembro que conheci o Ramones pelo filme Cemitério Maldito, lá nos inícios dos anos 90. Primeiro disco que escutei foi o Road to Ruin, que adorei, mas foi o que comprei a seguir, Rocket to Russia que me conquistou.

Considero o disco perfeito da banda. Uma mescla de rocks vigorosos, baladas, sempre com muita energia, a principal característica deles. Neste album, mais do que os dois primeiros, fica explícita a influência do rock dos anos 50 e 60 no punk rock que estavam criando.

Shenna is a Punk Rocker, Teenage Lobotomy, Rockway Beach, I Don´t Care, tudo funciona e com este album a banda estava consolidada. Saem as músicas pretenciosas de 10 minutos e entram as curtíssimas, com menos de 2 minutos, 3 acordes e muita atitude!

Emily em Paris: algumas notas

Terminei de ver a primeira temporada de Emily em Paris. Gostei muito do que vi. Minhas notas:

  1. A série é construída em termos dialéticos: duas visões de mundo em confronto.
  2. Para começar, há duas visões sobre o tempo. Para os americanos, o objetivo é vencer o tempo, não deixar que ele atrapalhe os planos. Para os franceses, o que vale é aproveitar o tempo e fazê-lo durar.
  3. Viver para trabalhar ou trabalhar para viver? Talvez um pouco de ambos.
  4. Chicago e Paris são vistas por estereótipos. Chicago só pelo centro financeiro (basta ver os filmes de John Hughes para perceber que tem muito mais lá do que negócios) e Paris por suas belezas (como se toda a cidade fosse de pontos turísticos).
  5. Uma série que nos faz prestar mais atenção às mídias sociais. Se repararem, as fotos que Emily coloca no instagram, em sua maioria, não reflete o que ela realmente está passando ou sentido. Como casar esta perspectiva no marketing tradicional?
  6. Até quanto estamos dispostos a pagar por nossa liberdade?
  7. Os insights de Emily surge de sua sensibilidade em observar o mundo à sua volta. Eis o segredo dos grandes artistas. Muita observação.
  8. Impressionante como rapidamente se passa de uma imagem de ser uma pessoa culta para uma esnobe.
  9. Princípios rígidos consolidados em regras tem um grande problema: entender as situações particulares.
  10. Qual o verdadeiro valor da arte? Um enfeite para se mostrar superior? Um caminho para ser sofisticado? O que isso tem a ver com a felicidade?
  11. A principal pergunta do seriado Emily faz para Sylvia: você é feliz?
  12. Sim, comunicação é importante. Mas não é só na linguagem que ela acontece.
  13. Na vida há muitas coisas que escolhemos não saber. Não é bom mexer em equilíbrios instáveis.
  14. No conflito do novo com o velho, não podemos esquecer que o velho pode ser muito mais talentoso. Inclusive para inovar.
  15. Chegar atrasado pode ser uma virtude.
  16. Para quem diz ter princípios morais bem rígidos, Emily parece ser bem flexível…

Plano de leitura para o natal

Iniciamos novembro e este ano vou começar a me preparar para o natal mais cedo, para dar bastante tempo para as leituras. Eis minha lista:

  1. O Homem Eterno (Chesterton) – capítulos 1 ao 8. Não é possível entender a importância do natal sem antes entender o que era o mundo pagão. A primeira parte do fabuloso livro de Chesterton, intitulado A Criatura chamada Homem, é não só uma refutação à visão cientificista do mundo, como uma senhora reflexão de que o cristianismo seguiu o que era melhor do paganismo, Roma, que era insuficiente. É neste ambiente do triunfo de Roma que nasce Jesus Cristo. A partir de hoje, cada domingo e feriado farei a releitura de um capítulo.
  2. O Homem Eterno (Chesterton) – capítulo 9. A parte dois do livro, Do homem chamado Jesus, é para ler na semana do natal. Retrata o nascimento de Cristo e como este acontecimento foi extraordinário.
  3. A Infância de Jesus (Bento XVI). Apesar do título, o livro trata praticamente do nascimento do Cristo. Os dois primeiros capítulos vão tratar da origem e do anúncio do nascimento e os outros dois do nascimento propriamente dito. Livro para começar a releitura no início de dezembro.
  4. Um Conto de Natal (Dickens) – Outro livro sensacional para que relembremos o espírito do natal e o impacto que Jesus trouxe para o mundo.
  5. Apologia de Sócrates (Platão) – outro livro que retrata o mundo pré-cristão. Sócrates representa até onde a filosofia conseguiu chegar sem a revelação que foi feito aos judeus. Sua morte tem semelhança com a do Cristo e acredito que foi necessária como uma preparação para a vinda de nosso Senhor. Ele levantou as perguntas que Jesus é a resposta.
  6. O anjo anunciador (Bruno Tolentino) – poema que retrata a anunciação do anjo a Maria. Um dos textos mais belos em língua portugesa.
  7. Evangelhos: especificamente os capítulos que tratam da anunciação e nascimento do Cristo.

Que tal? Esqueci alguma coisa? Alguém tem alguma sugestão para esta pequena lista?

Emily em Paris

Estou assistindo a série Emily em Paris e me divertindo bastante. Interessante que sempre vejo que os que mais impressionou as pessoas foram as imagens de Paris, mas não acho que este seja o diferencial. Afinal, filmes com belas imagens da capital francesas tem para todos os gostos, como em Antes do por do sol, um dos meus favoritos.

O que acho mais interessante na série é o conflito de duas culturas que têm diferentes visões sobre o tempo. Uma voltada para vencer o tempo e atingir a máxima efetividade, especialmente no trabalho. Outra voltada para aproveitar o tempo ao máximo, mesmo que a custas desta tal efetividade.

Talvez sejam ambas pontos extremos de como viver a vida, o que significaria que há um meio tempo mais saudável, mas não pensei muito nisso ainda. Por enquanto vou acompanhando as aventuras da simpática Emily no meio dos franceses. Tem cenas impagáveis como o momento em que ela manda voltar o fillet que estaria fora do ponto e o chef manda voltar dizendo que estava perfeito. Na visão americana, o cliente sempre tem razão. Na França a razão está não no chef, mas no prato em si. E o fillet estava correto.