Série Leituras de Natal.
Todo domingo e feriado, um capítulo de O Homem Eterno, de Chesterton.
Capítulo 3: A antiguidade da civilização
Neste capítulo Chesterton nos chama atenção para o fato de que a aurora da história não nos mostra povos bárbaros, mas uma humanidade já civilizada. As duas primeiras sociedades que temos registro são Egito e Babilônia, e estas já tinham atingindo um grau de sofisticação que demonstravam produtos avançados, como o despotismo.
Aqui uma das grandes sacadas do Chesterton. Acostumamos a associar o despotismo com a barbárie, com uma civilização primitiva, que com o progresso ganharia tons mais democráticos. Ele discorda e mostra como o desportismo nasce de um certo cansaço com a democracia. Não há nenhuma evidência que o governo primitivo fosse despótico e tirano.
Se há um fato que podemos provar, a partir da história que realmente conhecemos, é o fato de que o desportismo pode ser fruto de uma evolução, muitas vezes uma evolução muito tardia, muitas vezes de fato o fim de uma sociedade que foi altamente democrático. Á medida que se abate um cansaço sobre determinada comunidade, os cidadãos sentem-se menos inclinados àquela eterna vigilância que com razão foi denominada o preço da liberdade; e preferem armar uma única sentinela para vigiar a cidade enquanto eles dormem.
A barbárie e a civilização não foram estágios sucessivos no progresso do mundo, mas existiram lado a lado, como ainda existem lado a lado.
Chesterton chama atenção também para o mediterrâneo, onde diversas culturas se encontraram e entraram em conflito, e originaram o mundo que vivemos hoje. Os dois tipos melhores de paganismo se enfrentaram na disputa de Roma e os fenícios. Além da importância de Tróia como a história da queda, morte e renascimento com a fundação de Roma. A sobrevivência a mil derrotas é seu triunfo.
