A mentira é, antes de tudo, uma arte. É o que nos mostra este conto do Marques Rebelo, comparando a forma como o narrador e seu irmão, ainda crianças, contam mentira para o pai.
Contar uma mentira não se resume à mentira em si, precisa de boa imaginação para preencher os detalhes e torná-la verossímil, mesmo que a pessoa não acredite nela. Acho esta a parte mais interessante, o pai sabe que o irmão do narrador contou uma mentira, mas o fez com tanto talento que acaba por se render.
Já no caso do narrador, é justamente o que lhe falta, a imaginação. E sem imaginação, resta-lhe um papel de um mentiroso vulgar.