Série Leituras de Natal.
Todo domingo e feriado, um capítulo de O Homem Eterno, de Chesterton.
Capítulo 5: o homem e as mitologias
Os mitos não são sinônimos de mentira e nem foram construídos para serem argumentações racionais da verdade. Os autores dos mitos são poetas, mesmo que sejam pessoas comuns, e um mito é uma criação artística. Chesterton chama atenção que os mitos são criticados a partir der perspectivas racionais, por pessoas que não possuem sensibilidade artística sequer para entendê-los.
Os mitos respondem a necessidades religiosas do homem, como adorar, levar suas mãos aos céus, pensar no sacrifício, cultuar o transcendente. O paganismo é uma reunião de mitos, o que o faz parecer uma religião, mas parecer não significa ser. Mitologia diz respeito à beleza e não à razão. Caminhou paralelo com a filosofia até que chegou a Igreja de Cristo que promoveu a união dos dois, praticamente acabando com a mitologia.
O que Chesterton está nos dizendo é que o homem tem uma necessidade natural de uma ligação com a transcendência, algo que a verdadeira religião permite. Na ausência dela, vai buscar substitutos, como os mitos do paganismo. Os cientistas sociais não conseguem entender que a mitologia é uma resposta estética a este problema e tentam racionalizar o conteúdo dos mitos criando teorias que nunca estiveram na intenção daqueles que os criaram.
