O Dilema das Redes – Notas

Nós somos o produto. Ou não?

O primeiro passo para fazer um juízo de valor sobre uma teoria, ou denúncia, é entender o que está sendo dito. Ontem assisti o documentário O Dilema das Redes (The Social Dilemma, 2020) e baixo tento resumir, em forma de notas, o que nos foi apresentado:

  1. Nós não pagamos pelo uso das redes sociais (e do google), o que significa que não somos os consumidores. Afinal, o que está sendo vendido? Qual o produto?
  2. O produto não somos nós, os usuários, e nem os nossos dados como se fala. O verdadeiro produto é nossa atenção. Além disso, nossa previsibilidade.
  3. A inteligência artificial é cada vez mais eficiente para:
    1. captar nossa atenção;
    2. expandir a rede através da nossa atuação; e
    3. apresentar o produto mais provável de adquirirmos e no momento mais propício.
  4. Com o tempo, percebeu-se que também é possível induzir nosso comportamento pelo conteúdo que nos é apresentado. Tudo isso através de algoritmos.
  5. Os criadores originais não tinham estas intenções, trata-se de efeitos adversos que não foram pensados. A própria eficiência dos algoritmos proporcionou possibilidades não planejadas mas extremamente lucrativas.
  6. As grandes plataformas (facebook, instagram, pinterest, twitter, youtube, google) monopolizaram o mercado e passaram a ter um poder de influência sem precedentes na história.
  7. Estas plataformas não são responsabilizadas por suas práticas e conteúdo exibido, nem pelas consequências de sua atuação.
  8. Os algoritmos geram polarização ao seguimentar as informações que recebemos, gerando radicalização ao facilitar a reunião de pessoas que pensam da mesma forma (efeito manada).
  9. O radicalismo político se traduziu nos últimos anos com a eleição de líderes populistas, que colocam em risco a democracia.
  10. A tecnologia está potencializando o que a humanidade tem de pior ao invés de nossas virtudes.
  11. As redes sociais são viciantes, gerando como consequência fenômenos de isolamento, depressão e suicídios.
  12. Soluções apontadas:
    1. responsabilização das plataformas;
    2. regulamentação das tecnologias digitais; e
    3. taxação pelo acúmulo de dados.
  13. Dicas para as pessoas comuns:
    1. desligar as notificações;
    2. desinstalar redes sociais do celular;
    3. seguir pessoas que não concorda nas redes (especialmente twitter);
    4. usar plataformas de busca que não criam histórico de navegação;
    5. sair das redes sociais.

Acho que é isso? Esqueci alguma coisa?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *