10 Erros Filosóficos

O livro Ten Philosophical Mistakes, do Mortimer Adler, estava na fila há alguns anos. Compreio-o nos Estados Unidos, pelo usados da Amazon. Nota mental: por que os livros usados são tão caros no e-comerce brasileiro? O que se tornou a Estante Virtual? Retomando.

É impressionante a capacidade do Adler em explicar as coisas. Não conheço um autor mais claro e didático do que ele. Resolvi ler um erro a cada sábado pela manhã, começando por hoje. Em 10 sábados, a leitura estará concluída. Ainda ganho uma semana para refletir sobre cada um dos erros.

O primeiro trata do problema da consciência, de como percebemos as coisas e formamos as idéias. O erro começa com Locke, ou talvez Descartes, que considerava que tudo que temos na mente são idéias e que são fruto de experiências subjetivas, ou seja, tudo é subjetivo. Já dá para perceber onde vai dar, né?

Para entender o erro e suas consequências, só lendo Adler. Eu seria incapaz de explicar melhor e mais claro do que ele. Você vai entender porque é impossível discutir com quem acha que a verdade é relativa, que cada um tem a sua verdade.

5 Notas de Sexta: Creedence, uma montanha, Schumacher e arte

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Um disco que estou escutando

Em 1969, o Creedence Clearwater Revival lançou 3 discos, todos conseguindo platina. Foi uma explosão impressionante de criatividade de John Fogerty que compôs quase todo material dos albuns e o primeiro deles, e segundo da banda, foi Bayou Country. Além de Born on the Bayou, tem uma viciante Bootleg e o primeiro clássico com as digitais do guitarrista: Pround Mary. Como este californiano consegui captar a alma do rio Mississippi será sempre um mistério para mim.

Um filme que revi

Imagine morar numa pequena aldeia no País de Gales em 1917. Os jovens estão lutando na guerra, muitos já morreram. Os que ficaram trabalham para manter o esforço e se dividem em pequenas brigas próprios da tensão que envolve todos. Quando dois topógrafos ingleses chegam na aldeia e verificam que a montanha ao lado era na verdade uma colina pois não tinha 1.000 pés (tinha 980), a aldeia se une para um esforço em comum: aumentar a montanha em 20 pés. Irracional? Não para quem entende um pouco de espírito humano e da necessidade de ter um projeto em comum que dê sentido a uma existência em sociedade. O filme? The Englishman Who Went Up a Hill But Came Down a Mountain (1995)

Um quadro que estou admirando

Agnus Dei (1639), do pintor espanhol Francisco de Zurbarán. Uma lembrança eterna de até onde chega a maldade humana.

Um livro que estou lendo

Small is Beautiful, de E. F. Schumacher. Tem livro que você percebe na primeira página que te transformará. Este é um deles.

Um pensamento que estou refletindo

É uma falsa piedade conservar a paz em detrimento da verdade.

Pascal

O Brasileiro

Neste pandemia tem ficado evidente como o brasileiro é mal visto pelo… brasileiro! É a velha estória: o brasileiro sempre é o outro.

Eu discordo frontalmente. Acho que o Brasil vive à beira do desastre e só não descarrilhamos até hoje porque nosso povo é bom e tem um senso comum intuitivo extraordinário, que nunca foi estudado a fundo.

É por ser um povo bom que se deixa governar por tantos patifes. O dia que entender quem realmente é, coloca esse bando todo para correr. O esforço para mantê-lo na ignorância é cada vez maior, mas está ruindo. Haverá uma enorme revolução silenciosa por vir e quando acordarmos, será um novo Brasil.

Apesar de todos os abutres.

“Só sei que nada sei”

Não foi exatamente esta a frase do grande Sócrates, mas hoje apareceu um piada comparando a OMS com o digno filósofo.

Sempre é bom esclarecer que Sócrates não exaltava a ignorância, tratada de outra coisa. Para ele, a filosofia nascia do espanto. Da pessoa perceber que a explicação para um determinado fato não correspondia à realidade percebida por ele. Somente quem está disposto a admitir a ignorância sobre um determinado assunto poderá filosofar sobre ele, pois saberá que não tem a resposta.

A OMS é exatamente a anti-filosofia. Ela não só desconhece a própria ignorância como também acredita saber.

O resultado é este desastre mundial.

Uma nota para examinar

A distinção entre direita e esquerda remete à revolução francesa, refletindo a composição da assembléia geral.

Ocorreu-me que esta distinção já está presente na parábola do filho pródigo e do irmão do filho pródigo.

A direita é o filho pródigo, que peca e volta arrependido.

A esquerda é o irmão do filho pródigo, que não aceita que ele seja perdoado.

Preciso examinar melhor este insight.

Conto da Semana: Alexis _ o “pote” (Tostoi)

Tostói nos conta a história do jovem Alexis, apelidado o “pote”, que sofre nas mãos de todos, mas nunca reage. Ao contrário, tem uma postura alegre e sempre disposto a servir. Quanto mais ele trabalha, mais é maltratado pelos pais, patrões e amigos. Seu único momento de individualidade é o desejo de se casar com a cozinheira da casa que trabalha, mas até isso lhe é negado. Dias depois, cai do telhado e morre, conformado com sua situação.

Alexis é o santo da visão de Tostói, um homem que aceita sua condição e sempre oferece a outra face, evitando conflitos. O problema é que lhe é negado uma das virtudes essenciais de um verdadeiro santo, a esperança. O que resta é o retrato da brutalidade das pessoas para com os humildes e a falta de sentido para o sofrimento. Alexis resume-se em ser bom, o que é admirável, mas algo está fora do lugar, algo falta na visão de Tostói.

Falta justamente a abertura para o transcendente. Alexis não se pergunta porque sofre e nem tenta se comunicar com Deus, suas orações são apenas em gestos, sem palavras. O que seria uma oração em gesto? O homem se comunica com Deus pela palavra, nem que seja em pensamentos, mas nada disso tem o pobre Alexis, apenas a submissão total às situações da vida, ao destino que se manifesta.

Tostói nos mostra o mal, mas nos nega a esperança.

O Mal do Òdio

Uma das coisas que mais me incomoda é quando percebo que deixei me levar pelo ódio. Neste momento costumo parar e refletir. Como cheguei neste estado?

O problema do ódio é que ele eleva a valor absoluto o seu objetivo. Passamos a nos consumir e viver em função daquilo que odiamos. É o caminho para a idolatria!

Existe uma coisa chamada justa revolta, mas é justamente quando a sentimos que temos que apelar à nossa prudência e respirar sete vezes sete. O ódio nos torna semelhante ao que odiamos. É preciso sempre quebrar esta corrente.

5 Notas de Sexta: Grace Kelly, Parsival, Poesia, Indústria 4.0 e Schumacher (o economista)

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Um filme que asssisti

Está disponível na Amazon Prime o clássico To Catch a Thief (1952) do grande Alfred Hitchcook. Além de Cary Grant, o filme conta com a belíssima Grace Kelly no auge da beleza. Como não se apaixonar por ela?

Um documentário que assisti

Existe uma série de 30 documentários que a apresenta a ópera de maneiras não convencionais, claramente feita para despertar a curiosidade. Trata-se de This is Opera, uma série espanhola apresentada pelo simpático Ramon Gener. Esta semana assisti o episódio que ele trata de Parsival, do Richard Wagner. Ainda ganhei uma passeio pela história do castelo de Montsegur, abrigo dos cártaros.

Tentando desenvolver a leitura da poesia

De todos os gêneros literários, a poesia é o que tenho maior dificuldade. Tenho por ela uma mistura de fascínio e incompetência. Retomei a leitura de Basic Concepts of Poetics, tradução inglesa do alemão Geiser (também não ajudo né?), enquanto sigo na leitura de sonetos do Camões.

Um conceito que tenho estudado

Por razões profissionais tenho me aprofundado em entender o conceito de indústria 4.0 ou 4ª Revolução Industrial. É um tema fascinante, diz muito do que estamos vivendo e o que vem pela frente. Só para ter uma idéia, a palavra chave é crescimento exponencial.

Pensamento da semana

Se os vícios humanos como cobiça e inveja são sistematicamente cultivados, o resultado inevitável é nada menos que o colapso da inteligência.

E. F. Schumacher