Small is Beautiful – Notas

Do livro de E. F. Schumacher, publicado em 1973

  1. A equação de produção infinita de bens de consumo com recurso finitos não vai fechar.
  2. Uma sociedade baseada em consumo crescente e sem limites tem um sério problema.
  3. A economia não pode ser o centro da organização social.
  4. Se todos os países do terceiro mundo se tornassem desenvolvidos, não haveria recursos naturais para sustentar
  5. Cidades são um problema quando passam de um certo número de habitantes (algo como 500 mil). Agregam mais problemas que benefícios.
  6. O principal recurso produtivo sempre será a educação.
  7. A educação não se confunde com a instrução técnica da modernidade. Ela se dirige à sabedoria.
  8. A paz não é resultado da prosperidade, mas de sociedades mais sábias.
  9. O trabalho tem um valor intrínseco e não deve ser eliminado da vida das pessoas.
  10. A idéia de ajuda para o terceiro mundo tem por base replicar os esquemas dos países desenvolvidos e ignoram a cultura local.
  11. A ajuda tem por foco as grandes cidades do terceiro mundo e pouco fazem para fixar o homem no interior.
  12. Mesmo nos países desenvolvidos, o foco nas grandes cidades gera um desequilíbrio perverso.
  13. É saudável que grande parte da sociedade esteja em atividades produtivos, inclusive no campo.
  14. Implementar tecnologias intermediárias é mais importante no terceiro mundo do que tecnologias de ponta.
  15. O pequeno é natural e bom. O grande é problemático.
  16. Proposta de acabar com propriedade privada para as grandes empresas e corporações (metade tem que ser pública).
  17. Incentivar os pequenos negócios.

5 Notas de Sexta: alienígenas, Guerreiro Ramos, Capra e rock medieval

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Uma música que estou escutando

O disco Creedence da semana é o Willy and the Poorboys, outro baita trabalho de 1969. A segunda faixa “It Come Out The Sky” trata da chegada de um alienígena em uma pequena fazenda do interior e como cada seguimento da sociedade interpreta este fato segundo sua visão de mundo. É uma excelente metáfora para a forma ideológica de tratar a realidade. No youtube aqui.

Um filme que assisti

Fazia tempo que não via um filme do Frank Capra. Considerando o absurdo que a mídia está tratando estes tempos de pandemia, foi necessário retornar à sabedoria do senso comum e deixar os loucos de lado, ou seja, foi necessário retornar ao Galante Mr Deeds (1936). Que filme maravilhoso!

O senso comum

Um livro que estou estudando

Sim, porque já li antes e agora estou aprofundando. A Nova Ciência da Administração, do Guerreiro Ramos, é inspirado em A Nova Ciência da Política, do Eric Voegelin. Só isso já era suficiente para ler. Mas o que o Guerreiro Ramos faz vai além disso, ele segue o método proposto por Voegelin e vai nos símbolos que servem de base para análise da administração e propõe uma nova ciência com base na estrutura da realidade e não conceitos vazios, despidos de conteúdo concreto. Obra de gênio.

Um banda que descobri no youtube

Stary Olsa é uma banda de música medieval. Os vídeos que assisti no youtube tratam de versões medievais para clássicos do rock. Coisa fina e vale a visita!

Rock medieval?

Um pensamento

O homem moderno é o tolo enganado por uma fé mal colocada.

Guerreiro Ramos

2020, o ano que a máscara do terceiro poder caiu

Sempre se falou da corrupção nos poderes executivo e legislativo. Sempre símbolos da corrupção que assola a nossa sociedade.

Este ano, apesar de tudo de ruim que vem acontecendo, caiu a máscara do terceiro destes poderes, aquele que costumava ser visto como o fiel da balança.

O brasileiro está acordando para seu judiciário.

E não está gostando do que vê.

(Em tempo: o quarto poder está enfiando o pé na jaca e também vai terminar arrasado. Especialmente a Rede Covid de Televisão)

Precisamos de Frank Capra!

Fazia anos que não assistia um filme do Capra. Big mistake! O homem era um gênio e seus filmes nos fazem refletir sobre o rumo que estamos dando para nossas vidas. Assistir Capra é uma injeção de senso comum, de nos conectar com o que realmente importa.

Mr Deeds goes to Town (1936) é uma das suas pérolas mais preciosas. Um homem bom e inocente só poderá ser visto como um louco na sociedade moderna onde só existe valor material para as coisas.

Capra é puro Chesterton. É o resgate não só do senso comum, mas do homem comum, que é extraordinário justamente por ser comum.

Conto da Semana: Pai contra Mãe (Machado de Assis)

Este conto escrito em 1906 mostra o encontro da pobreza com a escravidão. Há um contraste entre o otimismo de Cândido, que espera o nascimento do primeiro filho, e o desespero de não ter dinheiro para sustentá-lo. Para a tia Mônica, só há uma solução: entregá-lo na roda dos rejeitados.

Na última hora, surge uma chance de manter o filho, a captura de uma escrava fugitiva. Desesperada, ela grita com ele que está grávida, que não pode retornar para seu dono.

Machado narra com amargura esta escolha tão humana e tão desumanizante ao mesmo tempo. Lembra-nos também que ser livre não é muito diferente de ser escravo quando se é oprimido pela pobreza.

COVID: Onde o Brasil errou?

O Brasil é um continente e seus estados são países. O pânico é um terrível conselheiro e o jornalismo inconsequente, preocupado em gerar o caos, piorou ainda mais a situação. O resultado é que no fim de março, todos os estados e municípios acabaram adotando alguma forma de quarentena em um efeito dominó. A maioria deles estava fechando antes de ter uma transmissão comunitária relevante a ponto de ameaçar seus meios de saúde.

Logo de início, ficou claro que o problema ainda estava concentrado no Rio, São Paulo e alguns estados do norte e nordeste, estes últimos por problemas de saneamento e estrutura de saúde.

O resultado é que depois de 100 dias, não há fôlego para continuar e, em muitos lugares, a transmissão está apenas começando. O Brasil tinha que ter agido como se fosse um continente e não como um grande país.

Tanto que estamos a mais de um mês em um falso platô. Por que falso? Por que algumas cidades já passaram pelo pico, especialmente as duas mais populosas, mas a queda dos casos é contrabalançada pelo aumento de outras. Há uma soma de várias curvas de infecção que gera uma falsa percepção de estabilidade.

A quarentena, da forma como foi implementada, deveria ter sido feita apenas em alguns lugares, com picos mais acentuados, EM MOMENTOS DIFERENTES no tempo.

Há uma percepção que acredito equivocada de que mesmo uma cidade sem nenhum caso poderia evitar o covid simplesmente fechando seu comércio e esperando a onda passar. Na verdade, apenas empurrou a contaminação para um futuro incerto e não foi realista na sua capacidade de se manter indefinidamente neste estágio.

Cidades, como Campinas e Porto Alegre, estão voltando atrás nas medidas de flexibilização da quarenta. O problema não foi a decisão de agora, foi a anterior. Deveria estar implantando algumas medidas restritivas SOMENTE agora, e não lá trás quando não tinha uma transmissão comunitária suficiente.

Ainda teremos dias difíceis pela frente, mas a forma como se lidou com a crise apenas gerou uma crise econômica que poderia ter sido evitado. O dado importante é que não há registro de óbitos por falta de vaga em UTI. Ou seja, as vidas que perdemos não poderiam ser evitadas por nenhuma quarentena. Só adicionamos um problema (e que problema!) a mais a um que foi feito o possível para enfrentar. A pobreza que estamos construindo ainda nem começou a mostrar a sua face e temo que ainda vai custar mais vidas do que o próprio covid.

E, por fim, imputo à grande mídia brasileira, incluindo seus principais jornais, grande parte da responsabilidade pelo que aconteceu. Quem vã esperança eu tenho de um dia ela ser responsabilizados por esta desgraça!

5 Notas de Sexta: Green River, Rohmer, Vicente Ferreira da Silva, Parsifal

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Um disco que estou escutando

Continuando minha jornada pela obra do Creedence Clearwater Rivival, esta semana tenho escutado Green River (1969). Outro baita disco, com grandes canções. Bad Moon Rising tem uma letra bem interessante, onde Fogerty faz uma metáfora de uma tempestade para se referir a crises que uma sociedade atravessa.

Uma série que estou escrevendo

Este assisti novamente os seis filmes de Eric Rohmer que foram a série Comédias e Provérbios. Resolvi escrever uma série de ensaios sobre estes filmes e estou trabalhando no terceiro, que trata de Pauline na Praia (1982). O fio condutor é a mulher européia dos anos 80, livre e empoderada, lidando com a insuficiência de sua forma de amar.

Um Ensaio que li.

Reflexões sobre o Ocultamento do ser, de Vicente Ferreira da Silva trata de como a a exclusão do transcendente faz nosso mundo menor e incompreensível. Amputamos da realidade a chave para compreendê-la, o que nos faz permanecer na ignorância.

Uma ópera que estou escutando

É bem curioso que a última ópera de Wagner tenha um tema profundamente cristão, o que implicou na revolta de Nietzsche, que nunca o perdoou por isso.

Uma letra de música

I hear hurricanes a blowing

I know the end is coming soon

I fear rivers overflowing

I hear the voice of rage and ruin

Bad Moon Rising

Tem horas que menos é mais

A pior coisa para uma boa causa é ter um falso símbolo.

Imagine que uma no meio de maçãs boas, apareça uma ruim. Mas uma ruim a ponto de parecer a mais bela de todas.

Todos a exaltarão. Que bela maçã! Ela representa tudo que nós gostaríamos. Queríamos que todas fossem como ela.

Até o momento que damos a mordida e percebemos que ela é podre por dentro. Nos enganamos! Olhamos para o cesto, com raiva, e jogamos todas fora.

A causa da maçã está perdida para sempre.

É tudo que gostaria de dizer no dia de hoje.

Bayou Country (1969)

Escutei muito este disco na semana que passou. Segundo album do Creedence Clearwater Revival, as sete faixas são excelente.

Impressionante como o californiano John Fogerty conseguiu captar o espírito do sul com Born on the Bayou e Proud Mary. A Louisiana sempre será um lugar meio místico para o norte-americano. Além de sua culinária característica, é o berço da música do país. Afinal, lá nasceu o jazz, o blues, o country e a combinação de tudo isso, o rock´n´roll.

Fogerty nos presenteia com um excelente blues em Graveyard, Train. A cozinha está afiadíssima, dando segurança para que as guitarras dor irmãos deslizem pelas faixas, sempre com as notas nos lugares certos. O disco tem ritmo, balanço e a virtuosidade de um líder que começava a se afirmar como a nova voz da música americana.

A minha favorita do disco é Bootleg. O ritmo hipnótico e o riff que vai serpenteando pela canção me conquistou. O rock renascia na América depois de uma década inglesa.