Chesterton: um remédio que ignoramos

Vendo as cenas deste domingo, tanto no Brasil, quanto no mundo, vejo que perdemos completamente a mão. A modernidade destruiu a sanidade do mundo.

Não conheço um autor mais atual do que Chesterton. Ele previu tudo isso, desde as primeiras raízes, lá quando isso tudo parecia uma bobagem. Foi colocado no esquecimento, quase como uma relíquia simpática. Críticos e acadêmicos sempre o encararam com desdém. Um homem que influenciou Tolkien, C S Lewis, Kafka, Borges e tantos outros. Uma relíquia! Pobre, idiotas.

Infelizmente vivemos em um mundo transformado por estas pragas. Gramsci, Focault, Sartre, Freud, Nietszche, Habbermans, Adorno, Derida, Piaget e por aí vai. Um bando de loucos, mas capazes de influenciar gerações.

Estamos muito ferrados.

2020, a encruzilhada

O gosto do ano de 2020 está ficando cada vez mais amargo. Há uma sensação bastante difusa que vem algo muito ruim por aí. Haverá um alívio quando a pandemia terminar, mas todo arbítrio que aconteceu neste período deixará marcas na sociedade, um gosto totalitário na boca dos governantes.

Independente das intenções, o fato é que a sociedade ocidental, democrática, aceitou passivamente, com pouca reação, todas as medidas dos governos, em todos os níveis. Na hora do medo, nos refugiamos debaixo das saias do estado, como se ele fosse nosso pai.

Os políticos devem estar espantados com esta submissão. Uma população em pânico aceita tudo que lhe mandam fazer. O que acontecerá daqui para frente? Entenderemos o que aconteceu?

A pandemia fortaleceu o estado nacional e principalmente os políticos que o controlam. Não sei onde vamos parar, mas acho que haverá importantes rupturas no mundo todo. E a nossa liberdade de expressão será a primeira coisa que desejam tirar. Não pensem que é só no Brasil. Vejo sinais preocupantes no mundo inteiro.

A elite política que domina o mundo é egocêntrica, sensível a crítica e sem nenhum compromisso real com a democracia. Querem poder. E nós estamos mostrando que este poder está mais fácil que eles imaginavam.

Notas de Sexta: Queensryche, Pitch Fever, O Leopardo, um problema sério e um lembrete

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Uma banda que andei revisitando

Fazia tempo que eu não escutava esta banda. Nos anos 90, o disco Empire rolava muito no meu toca discos, mas nunca escutei outra coisa do Queensryche. Estou revesando entre Empire e o Operation Mindcrime, que sempre ouvir falar mas acabei nunca escutando.

Um filme que assisti (novamente)

Existe um enorme preconceito com as chamadas comédias românticas de hollywood. Sim, existe uma fórmula básica um tanto repetitiva, mas isso não é desculpa para se fazer filmes ruins. O grande problema é querer que a fórmula salve uma estória fraca. Não é o caso de Pitch Fever(2005), um filme que gosto mais cada vez que assisto. Por trás da camada obvia, há uma reflexão sobre o problema da obsessão e como ela nos afeta. Gosto realmente deste filme. E go, Red Sox!

Um clássico que terminei de ler

O Leopardo, de Tomás de Lampedusa. Impressionante descobrir que o livro foi escrito em 1957, e foi o único romance do autor. Possivelmente é o último clássico da literatura.

Um problema que estamos lidando

Perguntaram-me o que fazer para colocar limites no STF. Faz tempo que falo a mesma coisa: não há como, pelo menos do fetiche chamado Estado Democrático de Direito. Ele tem por base a constituição e quem interpreta a constituição faz o que quiser. Simples assim.

Pensamento da semana

Tão forte é a tradição que as gerações futuras sonharão com aquilo que elas nunca viram.

G. K Chesterton

Invadiram a Rússia no inverno

Começam a aparecer evidências que os líderes do ocidente tomaram a decisão de confinamento da população com base em estudos sem o menor fundamento, pobre de dados, modelagem defeituosa e muita convicção nas próprias conclusões.

E por que adotaram?

Por que os estudos eram alarmantes. A perspectiva de milhões de mortos e hospitais abarrotados tirou qualquer chance de desconfiança e crítica. O importante era agir rápido para não ser acusado de omissão depois.

E foi assim que tomaram a decisão mais estúpida do século XXI. E foi efeito dominó. A partir do momento que o primeiro tomou, a Itália, ninguém quis ficar para trás. Geraram uma crise econômica sem precedentes baseados em uma grande fantasia.

Por que não voltaram atrás?

Porque já tinham ido longe demais. Depois de algumas semanas de lockdown, não dá para dizer “ei pessoal, desculpe aí, erramos. não é que a situação esteja sob controle, mas é que não adianta ficar em casa de qualquer foram”.

O que os políticos se agarraram com valor absoluto foi a ilusão do controle. Eles TINHAM que demonstrar para a população que tinham algum controle da situação. Não podiam dizer que não sabiam o que fazer, que não tinham como impedir a contaminação, que não sabiam quantos poderiam morrer, que não sabiam como é feito a transmissão, que, enfim, não sabiam quase nada.

E tomaram um decisão estúpida nível “que tal invadirmos a Rússia?”

Mas, o inverno está chegando!

Não tem problema, até lá já estaremos em Moscou!

No futuro estudaremos como esse bando de pretensos estadistas tomaram uma decisão desastrosa e o governo da Suécia vai ficar como testemunho que poderiam ter agido diferente.

Esta geração que governo o mundo é um completo desastre. Tem que passar logo.

A Virtude do Nacionalismo – Notas

Terminei de ler o livro do israelense Yoram Hazony. Algumas notas de leitura:

  1. Livro muito interessante, que coloca a oposição entre a idéia de um Império universal, seja com que nome for, o os estados nacionais independentes.
  2. A União Européia é o exemplo mais recente de um Império universal.
  3. Uma ordem mundial com base em estados nacionais não é uma solução perfeita, mas é muito melhor que o Império.
  4. Há virtudes no nacionalismo. Ele é o meio termo desejável entre a anarquia e o Império.
  5. A base do Estado Nacional não é um contrato, uma abstração criada por filósofos que não entenderam a verdadeira natureza do Estado.
  6. O nacionalismo nasce da superação do tribalismo. Alguma autoridade se coloca acima das tribos, a partir de um princípio comum, como o idioma ou a religião.
  7. O imperialismo costuma ter uma ideologia por base.
  8. Hazony cita como exemplos de ideologias que sustentam impérios: marxismo, liberalismo, kantismo e cristianismo.
  9. Creio que Hazony não entendeu muito bem o que é o cristianismo. Em que pese alguns líderes católicos ao longo da história terem se apropriado de poder temporal, o catolicismo tem uma profunda raiz anti-imperial (separação das duas cidades, dai-lhe a cesar, etc).
  10. Ele também associa o protestantismo com um retorno à ordem mosaica, de nação, que o catolicismo rejeitou.
  11. Apesar de várias afirmações sobre o catolicismo terem me irritado profundamente, Hazony tem uma boa tese.
  12. Hoje vivemos a época do imperialismo liberal e o novo paradigma é a União Européia.
  13. Países como Israel, África do Sul e Sérvia são exigidos por serem considerados herdeiros da Europa. Já outros se permitem as maiores atrocidades poque são considerados bárbaros, mesmo que não se afirmem.
  14. O império termina por gerar a guerra porque não admite independência e auto-afirmação.
  15. A solução mais estável é o nacionalismo sem sonho de se tornar império.

Conto da Semana: O Gerente (Turgueniev)

O narrador, um caçador, conta a estória de uns dias que passou em companhia de um jovem fazendeiro, oficial reformado, chamado Arkadi Pavlitch. O fazendeiro se considerava um homem severo, mas justo, que zelava pelo seu povo e os punia para o próprio bem deles.

Na verdade, Pavlitch era muito mais preocupado com sua imagem, esbanjando o francês para mostrar sua cultura, do que com o bem estar de quem quer que seja. Na prática, quando diante de um de seus empregados, era impaciente, bruto e só se segurava pela presença do narrador.

O gerente do título era um de seus administradores, Sofron, que Pavlitch dizia ser um grande estadista, porque não deixava que os servos atrasassem os pagamentos. Na verdade, Sofron era um grande bajulador, que tratava Pavlitch como um deus e ao mesmo tempo estorquia os servos.

Quer saber? Este conto maravilhoso é um retrato do Brasil que herdamos e ajudamos a perpetuar. Políticos que vivem de aparência, que tratam o povo como crianças que precisam ser disciplinadas e burocratas (Sofron) que vive entre a bajulação aos políticos e extorsão dos sem condições de defesa. Nós somos a Rússia rural do século XIX.

A Fenix Bolsonaro

1

O Governo Bolsonaro começou novamente ontem. A esquerda entendeu perfeitamente o significado do vídeo divulgado. Devem estar se perguntando o que passou pela cabeça dos progressistas da isentolândia, a new left, para chamar atenção para um material que mostra um presidente revoltado com a forma com que a população estava sendo tratatada por autoridade locais e dava um pito em seus ministros pela falta de combatividade em defender o governo em um momento tão importante.

Moro saiu dessa como uma criança mimada, que não quis mais jogar e resolveu furar a bola. Ele disse que saiu para preservar a biografia. Ninguém poderia destruir a biografia dele da maneira como ele próprio o fez.

É impressionante. A imagem de Bolsonaro é de um homem sozinho, lutando contra um sistema hostil, em favor de um povo que demonstrar verdadeiramente amar. Quanto mais o atacarem, mais esta imagem se reforçarar.

2

A globo está associando sua imagem às mortes do covid. Bolsonaro, em entrevista ontem, chamou-a de tv funerária. Depois que li Win Bigly, do Scott Adams, entendi perfeitamente a importância de um bom apelido na hora certa.

3

Três jornalistas da Folha contaram os palavrões de Bolsonaro. Chegaram em três números diferentes. Realmente, jornalismo de qualidade exige dinheiro.

4

A new left está atônita. Como assim não achamos a mesma coisa que eles? Como assim não achamos que um presidente que fala daquele jeito pode continuar no cargo? Ele chamou os governadores de São Paulo e Rio de Bosta e Estrume. Isso é um ataque às instituições!

5

A esquerda não é o principal inimigo do governo hoje. Eles estão assistindo na esperança do governo cair em seu colo. Deixaram o serviço sujo para os progressistas, mas acho que não esperavam tanto amadorismo

6

A fala de Bolsonaro na reunião foi seu maior discurso político. Entrou para a história e ainda será muito estudado, até porque seus efeitos ainda estão apenas começando.

5 Notas de Sexta: Dom Literário, A Livraria, The Band e Crônicas de Nárnia

Olá pessoal!

Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Um canal que tenho escutado

Apesar de ser do youtube e instagram, acompanho principalmente por áudio o conteúdo excelente do canal Dom Literário, com temas como simbolismo, astrologia, formação do imaginário, sempre dentro do panorama da literatura. Como é bom escutar sobre os grandes livros!

Um filme que assisti

Quase por acaso achei este filme interessante na Netfli, A Livraria. Mostra como o poder de um sistema, quando reunido, consegue destruir a iniciativa de uma pessoa, por mais meritória que seja. Um filme que me deixou um gosto amargo e mostra muito o que é Brasil hoje.

Um disco que estou escutando

Na verdade é um box. O show na íntegra do The Band em encerramento da sua maravilhosa, embora curta, carreira. A banda tocou à perfeição. Que coisa maravilhosa.

Um livro que reli esta semana

Inspirado por uma live do canal Dom Literário, li esta semana a primeira crônica do C S Lewis (na ordem de publicação), O Leão, o Feiticeira e o Guarda-Roupa. Desta vez prestei atenção ao incrível clima da crônica. Você fica tenso esperando cada aparição de Aslam. Trabalho de um gênio.

Pensamento da semana

Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.

Nelson Rodrigues