Reflexões de uma Pandemia – 1

Se entendi bem o que o Ministro Mandeta disse hoje no Jornal Nacional, a expectativa é de termos 50% de infectados. É pior que eu imaginava. Significa que mortes são inevitáveis e a luta é para salvar uma parte, prolongando a curva para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde.

Há uma sensação que os governos escondem algo de nós. De minha parte, eu vejo os números da Itália e não vejo como correspondente ao grau das medidas de isolamento. Estamos tratando como se estivesse no pico, mas e não estiver? E se a pandemia só conseguir ser controlada quando todos forem infectados?

São muitas perguntas de tirar o sono. Não consigo pensar com clareza e tenho quase nenhuma certeza do que está acontecendo. Aliás, quase ninguém tem; mas tem uma turma que finge saber das coisas, seja de um lado ou de outro.

É possível que os governos saibam que não há muito a fazer e que essas medidas mais duras são até certo ponto inúteis. Eles, relutantes a início, estão fazendo porque precisam mostrar que estão fazendo mais do que realmente esperar que a crise de dissipe por si só. Eles sabem que não há muito o que fazer, mas a tentativa de pelo menos salvar a economia tem um custo político muito alto que não dá para pagar.

Estamos em um trade off macabro. Gente sensata, mas em pânico, grita que entre a saúde e a economia temos que salvar a saúde. Mas e se a economia for a única coisa que podemos salvar? O tempo dirá se temos realmente uma opção. Nossa esperança é ser uma Taiwan ou Japão. Mas será que eles realmente estão salvos da pandemia ou a pancada ainda vai bater?

Essas reflexões não possuem fundamento nenhum. São apenas tentativas bem grosseiras de organizar algumas opiniões, puro palpite. Não sei se alguém de fato está entendendo o que está acontecendo.

Só nos resta rezar para não sermos sorteados nessa loteria macabra de mortes.

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