Comecei a ler Um Experimento em Crítica Literária, do C S Lewis.
No primeiro ensaio, Os Poucos e Os Muitos, ele trata da diferença entre o que chama de literatos (os amantes da literatura, os poucos) e as demais pessoas, os muitos. São características do literato:
1. Leêm os bons livros mais de uma vez; 2. a leitura não é uma atividade secundária na vida deles; 3. a leitura é uma experiência que modifica a consciência; 4. gostam de falar dos livros que leram
Preparando-me para ver o Episódio IX, revi O Último Jedi, não sem uma certa má vontade, muito em função de vários vídeos que assisti no youtube apontando os erros do filme.
Quer saber? Foi um dos exemplos que não podemos nos deixar levar pela histeria coletiva. Sim, o filme tem seus problemas, mas a maioria de seus críticos são muito chatos, exigindo uma pureza que não tem lugar em um filme de entretenimento.
Sou grande fã dos filmes, mesmo os chatos como o Episódio I, mas entendo perfeitamente que se trata de cultura pop, de filme feito para divertir. Não é para ser tratado político-religioso, embora existam elementos interessantes sobre problemas como totalitarismo e fim da democracia, seu principal apoio são os movimentos de queda e ascensão de seus personagens, mas tudo, repito, como suporte para cenas de ação, humor, paisagens incríveis e etc.
Quem conseguir colocar os filmes em sua prateleira correta, não tem motivo para ficar se queixando. Por isso Aristóteles insistia tanto no problema da classificação. A primeira etapa da análise é classificar corretamente o ente.
Star Wars é entretenimento. Veículo para humor, heroísmo, batalhas espaciais, música, cenários incríveis. O Último Jedi dá uma derrapada feia com a incompreensão do seu criador em relação a Luke Skywalker e da própria jornada do herói, desperdiçando boas idéias plantadas no Episódio VII; mas está longe de ser o desastre que colocam.
A teoria de agência diz que há uma diferença de interesse entre o proprietário e quem executa um serviço para ele. A governança corporativa nasce desta constatação e procura resolver esse dilema com ferramentas como planejamento estratégico, auditoria, conselho administrativo independente, etc.
Os clubes brasileiros não possuem donos, são entidades sociais. Quer dizer que de certa forma, pertence à sociedade, particularmente aos torcedores desses clubes. Os dirigentes são eleitos para, em nome do interesse social dos clubes, exercer a chefia executiva.
Uma diretoria eleita por um período de 2 ou 3 anos está preocupada em fazer o melhor possível e alcançar resultados durante sua gestão. Parece coerente, mas o problema mora justamente aí.
Nem sempre os melhores resultados durante uma gestão são o melhor para o clube no longo prazo. Por isso é tão comum o endividamento. Eu faço dívida agora, ganho títulos e depois os próximos que se lasquem para pagar as contas. O último grande exemplo é o Cruzeiro. Montou um time acima de suas possibilidades e empurrou a conta para o futuro, que finalmente chegou. E tudo por que? Por duas copas do Brasil.
O Flamengo parece ter entendido essas premissas e estão implantando as ferramentas de governança para impedir que se faça a mesma coisa, principalmente quando a atual diretoria se despedir. Dará certo? Depende da constância dessas ações, da força de resistir às tentações da gastança. Hoje, está dando um exemplo que os outros clubes poderão seguir. Infelizmente vejo que a maioria está em estado de negação, recorrendo a chavões e teorias conspiratórias para justificar um sucesso que tem por base a boa gestão.
Terminando 2019, verifiquei que li poucos romances. Tem explicação, já que priorizei os contos e as peças de Shakespeare. Mesmo assim, destaco o top 5 que li este ano:
O triunvirato twitter/facebook/youtube perdeu mais uma eleição. Não sabem mais o que fazer para evitar que a informação chegue nas pessoas comuns.
A esquerda está cada vez mais afastada dos eleitores comuns. Não consegue mais esconder que seus valores são radicalmente distintos da maior parte da população.
Espero que a esquerda continue dobrando a aposta. Vão tomar surras eleitorais cada vez maiores.
Jornalistas e analistas não expressam o que está acontecendo mas o que eles gostariam que estivesse acontecendo. Erram cada vez mais.
Alguém comparou o Porta dos Fundos com o Monthy Phyton.
Olha, não cabe nem na mesma frase, quanto mais na mesma página. A comparação é absurda. É a diferença de um suco de uva para uma champagne francesa.
O PF é um rascunho, do raschunho, do borrão que o Monthy fazia. Existe uma diferença absurda entre IRONIA e VULGARIDADE.
O PF é um dos exemplos mais acabados da invasão vertical dos bárbaros (by Mario Ferreira dos Santos). Achei engraçado no começo, mas depois vi que era só repetição dos mesmos esquemas e com uma agenda ideológica clara por trás da maioria das enquetes, fruto da canalhice da dupla Vivier e Porchat, que perceberam que a agenda progressista rende muito dinheiro para quem adere.
Não vejo esta porcaria há uns 5 anos. Lamento por quem assiste.
Geral tirando onda com o Mengão pela derrota de ontém (que foi vergonhosa mesmo). Faz parte. Incomodamos demais este ano e sobrou essa pequena alegria para os antis.
Não foi a Diretoria do Flamengo que mandou o Abel embora. Ele pediu demissão. Pela Diretoria, ficaria. O problema é que grande parte da torcida não aceitava o futebol de resultados que estava sendo implantado e muito menos a cultura paulista de fechar o time depois de fazer gol. Isso não é Flamengo.
Abel também deu um grande azar. No jogo que criamos mais chances, contra o Penharol no Uruguai, a bola não entrou de jeito nenhum. Ficamos há um gol de sermos eliminados da Libertadores.
O grande problema do Abel foi não entender a cultura do Flamengo (todo time tem a sua). Aceitar a derrota contra o galo com um jogador a mais durante todo o segundo tempo não é tolerável. Esperávamos que estivesse puto e ao invés disso ele aparece defendendo os jogadores e dizendo que o resultado foi normal. O mesmo fez contra o Inter e ainda elogiou o Beira-Rio como estádio mais bonito do Brasil. Pode até ser _ não o conheço _ mas um treinador do Flamengo jamais aceitará isso.
Arrascaeta. Faz parte da cultura do Flamengo ter um camisa 10 de referência (culpa do Zico). Tivemos em tempos recentes o Pet, Ronaldinho e o próprio Diego. Quando o Abel insiste em manter Arrascaeta no banco, mesmo com o uruguaio decidindo jogos quando entrava, comprou uma briga que não poderia ganhar.
Não querem aceitar os méritos do JJ. Por mim está ótimo. O primeiro passo para evoluir é aceitar os próprios erros. Se acham que estão certos e que os treinadores brasileiros são injustiçados, vão comer poeira novamente.
Um colega vascaíno discutiu comigo. Não vê nada demais no JJ e relação aos treinadores brasileiros. E que Luxemburgo deu um nó tático no Flamengo. Continue assim. Luxemburgo fez um bom trabalho, mas nada de espetacular. Organizou e motivou um time para disputar a décima posição do campeonato. Se esse é o patamar do Vasco, BH estava certo.
O Flamengo precisa melhorar, e muito, seu marketing. Explorou muito pouco as conquistas recentes. Pessoal tem que fazer um estágio nas ligas americanas.
A Diretoria tem um projeto que é maior que as conquistas no futebol: a internacionalização da marca do clube. Quem viver, verá. A tentativa frustrada de trazer o Balotelli teve muito mais a ver com isso do que realmente reforçar o time.
O maior adversário do Flamengo hoje é a cotação da moeda.
Comecei a ler Terra dos Homens, espécie de auto-biografia do autor do Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry.
Nos dois primeiros capítulos ele conta seus primeiros dias como piloto do correio aéreo, mostrando a enorme dificuldade em abrir rotas pelos Andes, na década de 30, o que vitimou muitos pilotos.
Em certo momento ele afirma que “ser homem é assumir responsabilidades”.