Terminei ontem o livro O Desconcerto do Mundo, do Gustavo Corção. Minhas notas:
- Trata-se de 3 ensaios que tratam do mesmo tema, o desconcerto do mundo, uma expressão do Camões.
- O desconcerto teria sua raiz não no homem ou um mundo errado, mas na relação entre o homem e o mundo.
- O homem tem uma dupla realidade de grandeza e miséria. Éramos destinados a algo maior, mas escolhemos este mundo.
- Não somos deste mundo, estamos neste mundo.
- A poesia lírica de Camões, que trata deste tema, é maior que seu épico.
- Filosofias que tentam reduzir o homem ao mundo são profundamente equivocadas. Elas negam a diferença específica do homem, que também é sua essência, a alma. Esta alma é dotada de uma inteligência que o distingue de toda criação.
- Machado de Assis não foi um cético pessimista, mas alguém que percebeu este desconcerto e que entendeu que a realidade descrita no livro Eclesiastes, seu favorito, leva ao absurdo por negar a possibilidade transcendente do homem. No Eclesiastes não há o grande remédio para o mundo injusto, as bem-aventuranças e a ressurreição.
- Eça de Queiroz foi um escritor que ficou na superfície de seus personagens, deixando de dar a eles a profundidade que os faz humanos.
- A arte tem uma importância fundamental para todos, é fonte de criatividade.
- A grande arte é aquela que revela a natureza humana e da criação.
- Boa parte da arte moderna perdeu essa compreensão e por isso se torna artificial e sem sentido.
- Arte e técnica precisam caminhar juntas para que realizem seus potenciais.