Se precisássemos escolher um único problema para caracterizar a nossa educação qual seria?
Esta semana assisti uma palestra na ENAP do Ricardo Paes de Barros sobre políticas públicas baseadas em evidências. Um dos inúmeros gráficos apresentados me chamou particularmente atenção: a relação entre escolaridade e produtividade.
Em todos os países observados, o aumento de escolaridade corresponde ao aumento de produtividade. Pode ser uma subida suave, como no Chile. Uma mais agressiva, como em Singapura; ou um extremo, como a Coréia. Porém todas relações são ascendentes. Exceto uma.
O Brasil conseguiu subir bastante em grau de escolaridade sem aumentar sua produtividade. Caso único no mundo.
Brasil, o tipo zero
Contou o palestrante, que ao mostrar este resultado em um congresso internacional, um burocrata estrangeiro se aproximou e disse que gostaria de estudar o modelo brasileiro. Paes de Barros pensou que se tratava de alguém querendo aprender com nossos erros. Mais a afirmação seguinte foi surpreendente.
__ Quero copiar para o meu país.
__ Mas, por que?
__ O Brasil foi o único país no mundo que conseguiu fazer educação sem servir ao capitalismo.
Taí, nessa frase nossa miséria. Não conseguimos converter educação em produtividade, valor, riqueza. Somos o país que educar é um verbo intransitivo, sem objeto direto.
Comecei a ler a biografia do Sabbath escrita pelo Mick Wall. As partes que narram o consumo de drogas me deprimem um pouco. Como esses jovens talentosos eram fracos para se entregarem do jeito que faziam. De qualquer forma, tenho muito pouco interesse por estas partes.
Gosto mesmo é da parte artística, dos movimentos da banda, das composições, gravações, grandes shows, recepção crítica, etc. Sei que estes episódios são importantes para entender um artista, até porque faz parte do que são, mas sinto uma tristeza com tudo isso.
As drogas são um flagelo. Ler sobre seus efeitos nunca é algo agradável.